
EDITORIAL
MANAUS – A atividade de garimpo no Rio Madeira é predadora e altamente prejudicial ao meio ambiente e, por isso, neste momento, deve ser proibida e não liberada, como querem os prefeitos de municípios do Amazonas cujas cidades ficam às margens do Madeira.
Nesta quarta-feira (1°), uma comitiva de prefeitos e vice-prefeitos de quatro municípios esteve em Brasília em busca de apoio da bancada federal do Amazonas (deputados e senadores) para a liberação da atividade de garimpo na região.
O processo começou torto. Todos os envolvidos – garimpeiros e autoridades – sabiam e sabem que a atividade é ilegal, e como tal não poderia ser permitida. Fala-se em mais de mil garimpeiros, centenas de balsas e flutuantes explorando o leito do rio em busca de ouro.
O discurso dos prefeitos que foram a Brasília denuncia que o próprio poder público incentivava a prática ilegal. Não deveria. É obrigação dos gestores públicos, coibir a atividade ilegal. No caso em questão, deveriam ter agido desde que os primeiros garimpeiros começaram a se instalar.
Não conseguindo coibir o garimpo ilegal, o gestor do município deveria acionar as autoridades estaduais e federais. Nenhum prefeito o fez. Todos permitiram que centenas de garimpeiros se instalassem em balsas e explorassem o leito do rio sem qualquer controle.
Agora, o discurso é de que a exploração de ouro é uma atividade importante “que movimenta a economia da calha do Rio Madeira”. Mas é ilegal. Defender a ilegalidade do garimpo não é diferente de defender qualquer atividade ilegal, como o tráfico de drogas, que também gera renda a centenas de pessoas nos municípios, mas é coibida pelas forças de segurança.
A exploração mineral na Amazônia não está regulamentada e sua regulamentação exige amplo debate da sociedade. Precisa de legislação, que não pode ser feita a toque de caixa, mas com muita responsabilidade por deputados e senadores.
Por isso, a ajuda solicitada pelos prefeitos à bancada do Amazonas não deve surtir qualquer efeito prático no curto e médio prazos, porque a exploração mineral na Amazônia não pode ser feita a partir da vontade dos exploradores.
Aliás, como bem lembrou o deputado José Ricardo (PT) na reunião com prefeitos em Brasília, grande parte das famílias que estão na atividade de garimpo não são donas dos flutuantes e balsas, mas simples trabalhadores explorados por empresários que investem na compra de equipamentos e na construção dessas estruturas de exploração do minério.
O ribeirinho, os citadinos dos municípios da calha do Madeira não têm condições financeiras de fazer os investimentos necessários para a exploração mineral.
A resposta das autoridades, com a queima de balsas e destruição de flutuantes, pode ter sido uma medida dura, mas necessária para conter a exploração ilegal e a degradação ambiental.
O futuro precisa ser construído com a participação de toda a sociedade, com foco nas decisões da Conferência Mundial do Clima, a COP26. Nessa conferência ficou claro que a exploração ou a preservação da Amazônia são temas que interessam ao mundo e não apenas ao Brasil.
Concordo com o texto. O garimpo é ilegal e polui as águas do rio Madeira e do rio Amazonas.
Mas discordo que o tema seja, também, de interesse internacional. Não é. A Amazônia e nossa. Afirmar o contrário é abrir mão da nossa soberania.
O garimpo só está sendo ilegal porque não está gerando nenhum tipo de ganho para o governo,pior draga existe é a draga do governo que suga tudo da nossa sociedade e faz nós cidadãos de bem pagar a maior carga tributária do mundo.E a “mídia”como vocês só estão levando o lado ruim dos garimpeiros, mostre as duas partes, são dois pesos e duas medidas.
Antes de criticar qualquer profissão, lembre que existem famílias que dependem disso também, vocês passam a maior parte do tempo com a bunda sentada em uma cadeira com um bom café da manhã, almoço e janta, enquanto eles estão arriscando suas vidas para dá o sustento de seus entes queridos.Melhor trabalhar no rio do que estar vendendo droga ou cometendo assalto.
Ou só as grandes empresas nacionais ou internacionais podem garimpar no Brasil como acontece no lugar vulgo “cabeça do cachorro”?
A mídia e a política são bem piores que um câncer na fase terminal em nossa sociedade.
Obrigado,de nada.