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MANAUS – Veículos sorteados como prêmios de rifas clandestinas realizadas por influenciadores digitais de Manaus eram transferidos para os “ganhadores” antes mesmo da realização dos sorteios, afirmou o delegado Cícero Túlio, do 13º DIP (Distrito Integrado de Polícia).
O delegado coordenou a Operação Dracma, deflagrada nesta quinta-feira (29), que investiga esquema fraudulento de rifas clandestinas. Com o dinheiro arrecadado, os investigados compravam carros de luxo e produtos piratas que eram revendidos.
Agentes da Polícia Civil cumpriram dez mandados de busca e apreensão contra investigados, incluindo os influenciadores digitais João Lucas da Silva Alves, 24, conhecido como Lucas Picolé; Enzo Felipe da Silva Oliveira, 24, o “Mano Queixo; e Isabelly Aurora. Uma tonelada de produtos falsificados foi apreendida em uma loja de Lucas Picolé no bairro Parque Dez, zona centro-sul de Manaus.
Lucas Picolé e Mano Queixo foram presos em flagrante com drogas sintéticas (LSD), munições e uma motocicleta adulterada. Lucas Picolé também foi autuado por recepção qualificada, no bairro Novo Aleixo, zona norte. A polícia prendeu ainda uma mulher identificada como Flavia Ketlen Matos da Silva, 34, que, segundo os investigadores, atuava na lavagem de dinheiro.
Entre os crimes investigados na Operação Dracma estão estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa, fraude no comércio, receptação qualificada, promoção de jogos de azar, publicidade enganosa e crimes contra as relações de consumo.
Os investigados anunciavam, nas redes sociais, rifas de veículos avaliados em mais de R$ 200 mil, cuja disputa se dava pela aquisição de bilhetes eletrônicos vendidos por centavos. Os prêmios da rifa já tinham dono antes mesmo do sorteio.
“Eles promoviam essas rifas ilegais. Não existia qualquer espécie de controle, auditoria ou fiscalização e nunca se sabia ao certo quem era o vencedor. Durante as investigações, a gente conseguiu coletar que no último sorteio que ele fez a entrega de dez motocicletas, a pessoa que foi recebedora dessas motocicletas já estava como nome nas motocicletas antes mesmo da realização do sorteio, o que indica a configuração dessa fraude”, disse Cícero Túlio.
De acordo com a Polícia Civil, os valores arrecadados nos golpes eram ecoados na compra de veículos de luxo, aluguéis e aquisição de imóveis de alto padrão, e reinvestidos em uma loja de marcas de grife que comercializada produtos falsificados. As investigações apontam que Flávia Ketlen recebia os valores decorrentes da pirataria. A polícia suspeita que o grupo tenha movimentado R$ 5 milhões com o esquema fraudulento.
De acordo com o delegado, Lucas tentou se desfazer de dois aparelhos celulares e de uma chave de um veículo BMW, mas os policiais conseguiram coletar os itens. No carro, os agentes encontraram drogas e munições de fuzil.
“Durante o procedimento de apreensão desses veículos foi encontrado no interior dessa BMW de alto luxo uma certa quantidade de entorpecente do tipo sintético, aproximadamente 170 unidades da droga denominada LSD, além de munições de fuzil. Ele que já ostentava nas redes sociais fotografia com fuzil, e uma motocicleta com sinais de adulteração”, afirmou Cícero Túlio.