Por Vívian Oliveira, da Redação
MANAUS – O agente carcerário Francisco Aldimar Souza de Alencar, de 39 anos de idade, morreu de um mal súbito ao chegar em casa após o trabalho no IPAT (Instituto Penal Antônio Trindade), na BR-174, a 8 quilômetros de Manaus. O fato aconteceu na noite de domingo (15).
A família suspeita de envenenamento, uma vez que Francisco saiu de casa bem e retornou com fortes dores abdominais, dor de cabeça e febre alta. Ele se queixou dos sintomas após o almoço.
“Ele saiu para trabalhar no domingo normalmente. Ao retornar pra casa, começou a sentir-se mal e a esposa deu remédio. Ele estava desorientado, não conseguindo dizer o direito o que estava sentindo ou o que comeu. Ora dizia que era comida, ora dizia que era suco, ora dizia que era sopa”, disse a irmã da vítima, Vanessa Souza de Alencar, de 35 anos de idade.
Ainda segundo Vanessa, Francisco foi levado ao Hospital Delphina Aziz, na zona norte da cidade. “Ele não conseguiu atendimento lá porque o Delphina não recebe casos de intoxicação. Então, ele foi levado para a UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) do bairro Campos Salles. Lá, meu irmão teve Três paradas cardíacas e na terceira, morreu”, relatou.
Vanessa disse que o médico orientou os familiares a averiguarem se foi caso de envenenamento ou overdose de entorpecentes. Complicação cardíaca foi descartada.
Exame no IML (Instituto Médico Legal) identificou como causa da morte asfixia de origem a esclarecer e obstrução de vias aéreas. O exame toxicológico também foi solicitado, mas o resultado leva dois meses para ficar pronto.
Andreia Silva do Carmo, esposa de Francisco, relatou que a integridade do marido incomodava muito os presos do IPAT. “As pessoas não gostavam da maneira como ele trabalhava. Mas ele falava que fazia o que era correto. Era um trabalhador, um pai de família honesto e não ia se corromper”, disse.
A advogada da família, Luciana Terças, alerta para a importância de apuração, pois não é o primeiro caso com suspeita de envenenamento no IPAT. “Se aconteceu com ele, pode acontecer com qualquer um. Tem que ser apurado. Tem que parar, senão vai virar moda”, enfatiza.
Análise de refeições
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informa que o agente de ressocialização Francisco Aldimar Souza de Alencar, prestador de serviço da empresa terceirizada RH Multi, não morreu nas dependências da Unidade Prisional Antônio Trindade (Ipat), onde trabalhava.
“A Seap ressalta que o agente saiu da unidade prisional ao fim do seu expediente de trabalho e que o mesmo sequer jantou dentro da unidade, mesmo assim a RH Multi solicitou análise pericial em todas as refeições disponibilizadas aos agentes. Dessa forma, foi instaurando sindicância para apurar os fatos e a terceirizada declara estar prestando toda a assistência aos familiares do agente”, informa a secretaria em nota.