
Da Redação
MANAUS – Após a confirmação do Governo do Amazonas de repassar R$ 900 mil para o 21º Festival de Ciranda de Manacapuru (a 84 quilômetros de Manaus), o prefeito da cidade, Beto D’Ângelo (Pros), afirmou que faltou vontade política do governo estadual para repassar o recurso antes. O político se referiu ao governo interino de David Almeida (PSD), que teria prometido transferir os recursos, mas não o fez.
“Quando se quer fazer faz. Vai ser feito de forma legal e transparente. O que faltou foi vontade política de fazer. O governo Amazonino (Mendes-PDT) salva o festival, salva a cultura manacapuruense”, disse o prefeito. Em entrevista ao ATUAL, David Almeida alegou que as cirandas estavam com problemas na prestação de contas dos recursos que receberam nos anos anteriores, por isso o recurso não foi repassado. Segundo David, quando se encontrou outra forma legal de fazer o repasse, o governo dele chegou ao fim.
Depois de uma reunião nesta sexta-feira, 3, ficou definido que o a festa será realizada nos dia 1º, 2 e 3 de Dezembro. O governo vai repassar R$ 300 mil cada uma das três cirandas. Segundo o prefeito, a prefeitura vai dar apoio às equipes de segurança que irão para a cidade trabalhar nos três dias de festa.
Legal
Ouvida pela reportagem, em outubro, a presidente da ciranda Flor Matizada, Vanessa Mendonça, mostrou documentos atestando a regularidade das associações, e negou que as agremiações estivessem com algum problema na documentação. A exemplo do prefeito, a dirigente diz que faltou vontade política do governo. O festival de ciranda foi adiado por três vezes este ano.
Tradicionalmente, o Festival de Ciranda de Manacapuru é realizado no último final de semana do mês de agosto. Neste ano, por conta do segundo turno da Eleição Suplementar para o Governo do Estado, a festa foi transferida para o final de setembro. Sem o recurso do Estado, o festival foi transferido novamente para os dias 20, 21 e 22 de outubro, o que não ocorreu.
As cirandas dizem depender da verba do Estado para pagar despesas já realizadas, entre elas, a mão de obra de artistas. Até o momento, as agremiações vinham produzindo suas alegorias e adereços com material reaproveitado de anos anteriores e recursos próprios. Sem o patrocínio do governo, os trabalhos pararam.
Até 2015, não houve falhas no repasse do Estado. Naquele ano, cada ciranda recebeu R$ 600 mil. Em 2016, o festival não recebeu nada, e a festa se resumiu a uma apresentação acanhada, somente com o cordão de cirandeiros.
Público
O prefeito de Manacapuru diz que os adiamentos seguidos do festival podem interferir no interesse dos turistas locais pelo festival de cirandas. Segundo ele, a prefeitura, em parceria com a Amazonastur, irá realizar algumas ações para tentar promover a festa. “Mas acreditamos que vai ser uma grande festa. Uma festa de superação”, afirmou D’Angelo.