Enquanto o cidadão das ruas aguardará o resultado das urnas, com a expectativa de que o prefeito de Manaus possa repensar a gestão pública em novos paradigmas de transparência e eficiência administrativa, a bola do cotidiano segue rolando nos gramados da superação, neste jogo de enfrentamento das adversidades que a crise de confiança impôs a todos. Esta entidade, por força de seus estatutos, não se intromete em política partidária, embora seja uma instituição essencialmente política no sentido de defesa da polis e da legis no sentido do ordenamento da vida social e da legislação que lhe dá amparo. Por isso, seguirá apontando os descaminhos da relação entre gestão pública e setor produtivo, embalada pela certeza de que um entendimento inteligente e de alinhamento a luz do interesse público permitirá o avanço na construção da prosperidade e diversificação de oportunidades. No caso do poder público municipal, que recolhe metade de seus recursos tributários na área do polo industrial de Manaus, e que, ao reconhecer neste polo de desenvolvimento a fonte de sustento, emprego, renda, imposto e alternativas, investiria energia diferenciada de seu papel no cuidado desta fonte de benefícios sociais. No caso, por exemplo, na manutenção e revitalização permanente da infraestrutura urbana e viária do distrito. Que seja feita a vontade da maioria e que novos tempos tragam novos rumos para a cidade e nossa gente.
Castanhas: parcerias e utopias
A presença dos pesquisadores do CBA, Centro de Biotecnologia da Amazônia na Fazenda Agropecuária Aruanã, do empresário Sérgio Vergueiro, promovida por iniciativa do CIEAM, Centro de Biotecnologia da Amazônia, começa a dar bons frutos. Um deles, diz respeito a identificarão de biomoléculas, com demanda comercial confirmada, nos primeiros estudos dos resíduos de castanha. Isto resultará, em breve, numa publicação, em revista especializada, com a participação os atores envolvidos e a formalização que a Lei exige para sair da biodiversidade amazônica e adentrar o mercado. Engana-se, pois, todo aquele que conceitua utopia como um objeto inatingível da imaginação humana. O filósofo francês Lamartine nos empresta seu entendimento: utopia nada mais é a antecipação de uma realidade possível. Os polifenóis encontrados nos resíduos da castanha plantada aos milhares, 1,5 milhão, na Fazenda Agropecuária Aruanã inaugura um momento sonhado, presente na expectativa de todos aqueles que fizeram desta utopia a certeza de um novo caminho para a Amazônia.
Inmetro, Suframa, CBA e Agropecuária Aruanã
Nesse contexto, a celebração do Acordo de Cooperação entre Inmetro Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia, autarquia federal, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços, representado por seu presidente, Carlos Augusto de Azevedo, e a Agropecuária Aruanã, pessoa jurídica de direito privado, dirigida pelo engenheiro agrônomo Sérgio Vergueiro, através de um termo de execução decentralizada – aqui vai o número: nº 01/2015 – com vistas à credenciar o CBA, Centro de Biotecnologia da Amazônia, sua gestão tripartite, firmada entre o MDIC, Inmetro e SUFRAMA, Superintendência da Zona Franca de Manaus. Com este Acordo, fica assegurado o intercâmbio de informações, treinamento específico referente a projetos a serem conduzidos em parceria, formação de pessoal especializado, desenvolvimento e serviços tecnológicos e nos campos da ciência, tecnologia e inovação, com ênfase nas áreas de: agronomia, bioprocessos, bioquímica, biotecnologia, ciências ambientais, cultura de tecidos vegetais, química fina, silvicultura, solos, tecnologia de alimentos. Definidas as responsabilidades de cada ator, competirá aos coordenadores tomar as providências cabíveis visando à solução dos eventuais problemas de ordem técnica, administrativa e financeira, que surjam no decorrer do desenvolvimento dos projetos, observadas as normas vigentes de cada participante. Seguem-se, a propósito, as formalidades de praxe e a inauguração de mais uma etapa de credenciamento do polo de biotecnologia da Zona Franca de Manaus. O resultado de tudo isso dependerá do foco, envolvimento, resultados comerciais e institucionais a alcance de todas as mãos entrelaçadas.
Caminhos, atores e resultados esperados
Nos encaminhamentos da aproximação institucional USP e UEA, no Doutorado Interinstitucional firmado entre as instituições, esta aproximação foi debatida, na medida em que a Universidade de São Paulo, e seu Instituto de Química e a Faculdade de Engenharia Química da Escola Politécnica podem ser mobilizadas para conhecer as iniciativas de Bioquímica na Amazônia, considerando que a engenharia química da Escola Politécnica tem forte lado empresarial. Foi sugerido pelo professor Jaques Marcovitch a aproximação dessa iniciativa com a ANPEI, entidade representativa do segmento das empresas e instituições inovadoras: Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras, que atua junto a instâncias de governo, ao setor produtivo e aos formadores de opinião, disseminando a importância da inovação tecnológica para a competitividade das empresas e o desenvolvimento do Brasil. O governo do Estado, dentro das orientações e prioridades das Novas Matrizes Econômicas, realizará uma oficina sobre Química Fina, para atrair empresas desse segmento, ainda em novembro, reafirmando a necessidade de criar novos caminhos e expandir aqueles que revelam em suas manifestações a certeza de que o caminho começa a clarear em rumos, atores e resultados.
Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]