MANAUS – O município de Manaus, nas últimas duas eleições teve excesso de candidaturas no primeiro turno, com nove políticos disputando a vaga de prefeito. Nas eleições de 2004 e 2008, o eleitorado teve que escolher entre seis candidatos.
O excesso de candidatura dificulta o debate sério de propostas tanto no horário eleitoral no rádio e na TV quanto na programação jornalística dos meios de comunicação.
A distribuição de tempo no rádio e na televisão é feita aos partidos de acordo com o número de deputados federais eleitos para a Câmara, mas dentro de um limite de tempo global. Portanto quanto mais candidatos na disputa, menor o tempo para cada um expor suas propostas.
Nas últimas eleições algumas TVs desistiram de realizar debates pela imposição legal de se dar espaços para todos os candidatos com representação na Câmara. Tais programas de TV, que por natureza são enfadonhos, ficam ainda mais insossos à medida que se aumenta o número de participantes, e falta tempo para a discussão de temas.
Uma das saídas são as entrevistas nos meios de comunicação eletrônicos, mas sabe-se que grande parte da população não tem acesso a internet para assistir a vídeos longos, por exemplo. Outro aspecto da internet é que ela se torna uma “terra sem lei”, a exigir do eleitor um esforço para filtrar o que é verdade e o que é notícia falsa.
Já se falou em 20 pré-candidatos a prefeito de Manaus. Exagero. Mas pelo menos 12 já se anunciaram.
A se manter esse número, será um recorde nas eleições municipais de Manaus. É possível que grande parte desses candidatos ou pré-candidatos estejam apenas flertando com outras legendas para negociar uma aliança.
Mas não se vislumbra um número semelhante ao das eleições de 2004 e 2008; a perspectiva é de que ultrapasse os nove de 2016.
Com 33 partidos políticos, pode-se até dizer que o Brasil é um país democrático, mas a democracia faz mais sentido quando há possibilidade de confronto de ideias de alto nível. E isso não é comum nessas paragens, principalmente em tempos de eleições.