Do ATUAL
MANAUS – A partir de um vestígio coletado em uma vítima de estupro foi possível identificar o autor do crime, ocorrido em 2013 em Manaus. O material estava armazenado no Banco de Perfis Genéticos do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística do Amazonas. O exame de DNA identificou Tonyelson Souza da Silva, de 33 anos, como autor do estupro. Ele está preso desde 2023 pelo mesmo crime.
Para a gerente do Laboratório de Genética Forense, perita Daniela Koshikene, a identificação do denunciado evidencia a capacidade de se identificar criminosos mesmo após muito tempo da ocorrência do crime. Ela explicou que o perfil genético é utilizado para identificação humana da mesma forma que uma impressão digital.
“Desta forma, o perfil genético obtido do vestígio coletado do corpo da vítima foi inserido no Banco de Perfis Genéticos e confrontado com todos os perfis genéticos que estão ali, de pessoas conhecidas, como condenados por crimes graves e vestígios de outros crimes”, disse Daniela. “Ele [Tonyelson] cometeu outros estupros também e o que percebemos é que esse é o crime mais antigo cometido por ele”.
A delegada Juliana Tuma, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Criança e ao Adolescente, com o resultado do teste de DNA o inquérito será concluído.
Importância da coleta
O Banco de Perfis Genéticos funciona desde 2010 e tem perfis provenientes de diversos crimes no Amazonas. Todas as informações que constam catalogadas são compartilhadas com os demais estados, permitindo que criminosos que pratiquem crimes em outras cidades, caso sejam presos no Amazonas, possam ser identificados por meio da genética forense.
“O ideal para a identificação do autor é que essa vítima se apresente a uma delegacia e em seguida ao Instituto Médico Legal. No IML será feito o exame e coletado vestígio que foi deixado pelo criminoso. Esse material vai ser encaminhado ao laboratório. É importante que essa vítima se apresente à polícia o mais rápido possível sem fazer higienização porque o material deixado pelo autor no seu corpo é o que nós precisamos para o exame”, disse Daniela Koshikene.
Conforme Koshikene, caso a vítima realize a higiene, ainda assim deve comparecer à delegacia mais próxima e levar as roupas usadas por ela durante a prática criminosa, principalmente, as íntimas. “A secreção que existe neste material é o objeto que vai ser analisado pela perícia”, esclareceu Daniela Koshikene.