Da Redação
MANAUS – Com mandato de prefeito, deputado federal e senador na carreira pública, Alfredo Nascimento (PL) foi rejeitado pelos eleitores na disputa para prefeito de Manaus. Nascimento ficou em sétimo lugar com 31,6 mil votos. O ex-ministro dos Transportes teve o apoio do atual prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB).
Para sociólogo Marcelo Seráfico, o crescimento dos partidos e candidatos de direita e centro-direita pode ser a causa de velhos nomes perderem seu eleitorado. Não necessariamente por serem antigos, mas pelo surgimento de novos personalidades políticas.
“Se é verdade que Alfredo Nascimento teve votação inexpressiva, também é que seu criador, Amazonino Mendes, disputará o segundo turno. Cabe também lembrar que o vice de David Almeida, Marcos Rota, tampouco é noviço na política amazonense”, disse.
Para Seráfico, a modernização partidária ocorre dentro de partidos de direita. As pautas continuam as mesmas, mudam os nomes. “Alfredo está afastado há anos do dia a dia da cidade. Nesse tempo, emergiu a extrema direita e a direita tradicional se diversificou. Às opções tradicionais desse campo se somaram outras novas, que apareceram como alternativas eleitorais. Essa parece ser uma hipótese razoável para compreender uma espécie de modernização da tradição direitista em Manaus”, disse.
O advogado e cientista político Helso Ribeiro diz que não se surpreendeu com o resultado e que o candidato já havia sido avisado em eleição anterior. “Eu acredito que a população já tinha dado um recado anteriormente, ele foi candidato ao senado e não chegou lá, não é surpresa. Pode ser que ele tenha êxito ainda numa futura eleição, mas eu acredito que para um cargo majoritário ele tem limite”, disse.
Procurado, Alfredo Nascimento não retornou a reportagem e a assessoria de imprensa não respondeu à solicitação. Ele não se pronunciou nas redes sociais após o resultado. Alfredo declarou receita de R$ 6,2 milhões para a campanha. Desse valor, ele utilizou R$ 5,7 milhões.