Por Marcelo Moreira, do ATUAL
MANAUS – Especialistas ambientais avaliam com preocupação a nova tentativa da Petrobras para conseguir o licenciamento do bloco FZA-M-59, na região conhecida como “Foz do rio Amazonas”, localizada em águas profundas na costa do Amapá.
Em um comunicado no Twitter nesta quinta-feira (25), o presidente da estatal, Jean Paul Prates, apresentou um novo pedido de licenciamento para a perfuração de um poço de exploração de petróleo e novas reservas após o Ibama ter negado a solicitação da empresa na semana passada.
Prates disse que a insistência da Petrobras para licenciar a “Foz do Amazonas” é motivada pela grandeza e divisão da bacia sedimentar e por ela já ter sido objeto de licitação.
Ele afirmou que a Petrobras ingressou em uma concessão federal para investigar a presença de petróleo e novas reservas e tenta obter o licenciamento de atividades como a perfuração de um “poço pioneiro” para verificar se há possibilidade de encontrar petróleo ou gás na bacia.
Jean Paul Prates disse ainda que o poço na “Foz do Amazonas” perfuraria quatro mil metros de rocha com três mil metros de lâmina e que o processo duraria cinco meses.
Em entrevista ao podcast “Viva Voz”, da rádio CBN, nesta quinta-feira (25), o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse que em todas as tentativas de licenciamento do estuário do rio Amazonas não foi encontrado petróleo.
“A Petrobras, ao longo da sua história, perfurou muitas vezes nessa região chamada ‘Foz do rio Amazonas’. Só para se ter uma ideia, ao longo da história foram quase 100 poços perfurados e nunca foi encontrado óleo. O Ibama vem pedindo da Petrobras, e, nesse caso, nós solicitamos oito vezes melhoras no projeto e a Petrobras continua insistindo com projeto inicial, até que teve essa negativa”, disse.
Agostinho disse que em 2022, o Ibama aprovou 57 licenças para a Petrobras. Este ano, segundo o presidente do órgão, foram 23 aprovações.
Ameaça à biodiversidade
O geógrafo Carlos Durigan, que é mestre em Ecologia pelo Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), diz que a região do bloco FZA-M-59 possui grande extensão de mangues e é berçário de espécies aquáticas que ainda cumprem um papel de regulação do clima e contribuem para a proteção costeira. Segundo ele, a exploração petroleira na área compromete a maior bacia hidrográfica do planeta.
“Ainda existem grandes extensões de recifes de corais pouco conhecidos e uma rica e farta diversidade de peixes e crustáceos, importantes fontes de alimentos a milhões de pessoas. Intensificar ações de exploração de petróleo na região coloca todos estes atributos sob ameaça e ainda vai na contramão do acordo global pelo clima, que recomenda fortemente que países não abram novas frentes de exploração de petróleo e invistam em energia limpa” disse.
O biólogo e pesquisador da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), Lucas Ferrante, diz que a operação do empreendimento pode causar danos ambientais que levariam tempo para serem contidos. Lucas Ferrante, que é doutor em ecologia pelo Inpa, afirma que, do ponto de vista ambiental, não é viável explorar a região.
“Nós estamos falando de uma área com alta biodiversidade. Em caso de vazamentos, isso demoraria mais de 48 horas de deslocamento até a área para fazer a contenção de vazamento de óleo. É algo extremamente preocupante e inviável, pois não é admissível que se gaste tanto tempo e se permita um empreendimento onde você não consegue dar assistência adequada que você consiga, de fato, conter esse tipo de vazamento”, afirma.
O pesquisador acredita que, do ponto de vista político, pode haver pressão do governo para aprovação do licenciamento. “Nós precisamos lembrar que o governo do PT já fez isso no passado, quando foi liberada a hidrelétrica de Belo Monte (PA), apesar dela não atender a viabilidade ambiental”, completou.
Ambientalistas e Ibama orientam a Petrobras a apresentar um novo estudo que atenda as normas técnicas para realização de outra AAAS (Avaliação Ambiental de Área Sedimentar).
A Petrobras afirma que atendeu todas as premissas colocadas pelo Ibama no Plano de Proteção à Fauna no Porto de Belém (PA) e pelo Centro de Reabilitação e Despretolização de Fauna em Belém (PA) e que tem estrutura suficiente para combater um eventual vazamento de óleo.
Argumentos imbecis sem nenhuma base científica apenas repercutem um relatório de uma Ong riquissima e finananciada por governos de paises interessados como nas nossas riquezas como a Grinpice, os pseudos defensores brasileiros a serviço desses paises ignoram todas as explicações dadas pela Petrobrás com relção ao aparato de segurança que fica posicionado no entorno da área onde estão sendo feitas as operações, essas falácias de demora dias para que as equipes cheguem ao local do acidente e cinica e mentirosa.
Risco não maior que o do posto de gasolina aí na esquina da tua quadra .