Da Redação
MANAUS – Uma geladeira cheia de picolé, sem vendedor e com uma urna do lado para o consumidor depositar o valor do produto: R$ 2. A experiência foi para testar a honestidade dos manauenses, mas feita em espaço fechado das Escolas Superior de Tecnologia (EST) e de Ciências Sociais (ESO) da UEA (Universidade do Estado do Amazonas) e da Faculdade Martha Falcão Devry. O projeto ‘Quanto vale um picolé?’ foi idealizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas Jovem de Manaus (CDL Jovem Manaus) durante 45 dias.
Dos que pegaram o picolé, 13,29% não pagaram. “Nós avaliamos que é uma taxa relativamente alta para um negócio, um desvio não lucrativo. Como se trata de um teste, foi um dado bastante satisfatório”, avaliou o coordenador da CDL Jovem Manaus, Erick Bandeira. Segundo ele, com calote de 13% dos consumidores, comparado a um empreendimento, o estabelecimento, ainda assim, teria uma boa margem de lucro. O dinheiro arrecadado com a ação será doado a entidades filantrópicas de Manaus.
O ambiente universitário foi escolhido, conforme Bandeira, por estarem resguardados com fluxos controlados de pessoas. “A ideia foi avaliar o comportamento do estudante manauara”, afirmou.
A ideia foi criar uma alerta para o momento político econômico vivenciado no país, baseado na cultura chinesa. “Foram colocados três freezers na UEA e na Martha Falcão Devry. Cada freezer comportava 440 picolés. Foram comercializados quase 6 mil picolés”, disse. Ainda de acordo com ele, as geladeiras foram abastecidas cinco vezes cada.
Origem
O ‘Teste do Picolé’ teve início na Universidade Tecnológica Federal de Cornélio Procópio, no Norte Paraná, pelo professor de Engenharia André Luís Shiguemoto, inspirada no período em que ele viveu na Noruega. Foi um choque de culturas. “Lá, eles deixavam os produtos na rua, as roupas, as frutas. A pessoa pegava a fruta na banca e entrava no comércio para pagar. Se quisesse pegar a fruta e ir embora, podia”, afirma o professor. De volta ao Brasil, Shiguemoto foi atrás de patrocínio e montou o projeto.
Sdds picolé de brigadeiro 🙁