Por Iolanda Ventura, da Redação
MANAUS – Em seis municípios do Amazonas, 212.759 trabalhadores formais correm o risco de contaminação pelo coronavírus, segundo mapeamento que avalia as chances de contágio entre empregados de diversas áreas. O estudo é de programa de pós-graduação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
A pesquisa analisa 2.539 ocupações em todo o Brasil, dos setores de alimentação, comércio, jurídico e serviço social, transportes, agropecuária e pesca, construção e extração, negócios, artes, educação, saúde, ciências, indústria e serviços.
No Amazonas, os municípios selecionados foram Manaus, Coari, Itacoatiara, Parintins, Manacapuru e Presidente Figueiredo. Segundo o estudo, as cidades escolhidas foram as que possuem 5 mil ou mais trabalhadores formais, pois municípios com poucos empregados podem distorcer os resultados devido à baixa variedade de ocupações.
Na capital, dos 467.229 ocupantes do mercado formal registrados, 195.440 tendem a contrair o novo coronavírus. Isso representa 42% da força de trabalho formal de Manaus. Em Coari a parcela afetada é maior. Dos 7.801 empregados, 4.901 correm o risco de contaminação, equivalente a 63% do total.
Na tabela abaixo é possível ver a quantidade de trabalhadores nos outros quatro municípios do estado analisados e a porcentagem atingida.
A pesquisa não especifica quais são as áreas de atuação mais afetadas do total de trabalhadores formais de cada município do Amazonas. Em âmbito nacional, mostra que dos 5 milhões de profissionais do comércio (vendedores varejistas, operadores de caixas, entre outros), em média, 53% correm o risco de serem infectados pelo novo coronavírus.
Já os 2,6 milhões de profissionais da área de saúde apresentam risco de contágio acima de 50%. Dentre eles, os mais vulneráveis são os técnicos em saúde bucal, um total de 12.461 profissionais, com 100% de risco, em função do ambiente e da proximidade física com os pacientes.
Os trabalhadores menos vulneráveis são os que exercem suas atividades de forma quase solitária, com destaque para os 14.215 operadores de motosserra, cuja maioria trabalha nas áreas rurais e apresenta risco de 18%.
Outros menos prováveis de serem infectados, com média de 19%, são roteiristas, escritores, poetas, e outros que fazem parte de um grupo que realiza trabalho voltado para o setor artístico e intelectual.