Em meio à grave crise que enfrenta o Polo Industrial de Manaus (PIM) com a perda de indústrias a cada ano, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), participou de uma reunião ordinária da diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), na noite desta quinta-feira, 12, e não apresentou uma proposta do Poder Executivo Municipal para contribuir com ideias para a recuperação da produção no PIM. Pelo contrário, usou o expediente dos empresários para elogiar seu próprio governo, apresentando o que ele chamou de relatório de gestão. Entre bocejos e reclamações no auditório, empresários afirmaram, à coluna, que esperavam que o prefeito fosse usar a reunião para um diálogo de alto nível sobre a crise nas empresas do Polo, já que o município recebe uma importante partilha do imposto gerado pela indústria de Manaus (25% do ICMS) e o próprio político se intitula o grande defensor da Zona Franca. O sentimento da plateia foi de decepção.
Nem o elementar
As raus do Distrito Industrial, por exemplo, continuam cheias de buracos, e, em 2013, o então superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, cutucou o prefeito, ao afirmar que a responsabilidade pela conservação das ruas é do município. Nem esse problema elementar foi incluído na fala do prefeito. Nesta semana, emergiu a informação de que a Suframa deu um calote na Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), contratada para tocar a recuperação das vias. O serviço está parado.
Desagravo frustrado
Chegou a circular na imprensa, antes da reunião, que Arthur Neto faria na Fieam um desagravo ao governador José Melo (Pros), por conta da acusação de compra de votos veiculada no programa Fantástico, no último domingo. Arthur até queria, mas não contou com a presença esperada dos vereadores da Câmara Municipal de Manaus e nem deputados estaduais no evento.
Cargos para quê?
Com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, criada na reforma administrativa aprovada na Assembleia na semana passada, o governador José Melo também criou 210 cargos comissionados. A pergunta, depois do contrato de concessão dos presídios por 27 anos a uma empresa privada, é: o que será feito com tantos cargos?
Peso do estudante
O auditório da Escola Normal Superior da UEA, na Avenida Djalma Batista, foi palco de uma confusão envolvendo alunos, professores e até o reitor da universidade, Cleinaldo Costa, na noite desta quinta-feira, 12. Durante uma assembleia para discutir como a UEA vai se portar depois da reforma administrativa de José Melo, os acadêmicos entraram em outro tema: o aumento de 10% para 30% nos processos de decisão da universidade (paridade entre estudantes, professores e técnicos). Os condutores da reunião, a professora Eglê Wanzeler e o reitor Cleinaldo Costa, tentaram evitar a discussão e os estudantes reagiram.
Professores vaiados
Houve bate-boca entre Cleinaldo e cerca de 100 alunos que estavam no local. Depois de quase 20 minutos de discussão, o reitor da UEA resolveu suspender a reunião. Insatisfeitos por não terem sua reivindicação atendida, os estudantes prometeram parar o trânsito em frente à sede do governo, às 9h da próxima segunda-feira (16).
Rotta e armas
O deputado federal Marcos Rotta recebeu um convite e aceitou ser membro de uma comissão especial na Câmara dos Deputados que vai analisar o Projeto de Lei 3722/12, que revoga o Estatuto do Desarmamento e institui o Estatuto das Armas de Fogo. Rotta reconhece que o assunto é polêmico e disse que no Congresso vem levantando opiniões fortes e até radicais, mas ele não tem opinião formada sobre o assunto.