Por Ricardo Della Coletta, da Folhapress
BRASÍLIA-DF – Em meio à crise aberta com a divulgação de mensagens trocadas com o procurador Deltan Dallagnol, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deve tirar uma licença entre a próxima segunda-feira, 15 de julho, e a sexta, 19.
Segundo despacho publicado nesta segunda, 8, no Diário Oficial da União, o motivo do afastamento temporário de Moro será para “tratar de assuntos particulares”. A assessoria de imprensa da pasta informou que o ministro entrará de férias.
Como ainda não pode tirar férias oficialmente, por ter começado a trabalhar no ministério em janeiro, Moro optou por uma licença não remunerada. Durante a ausência de Moro, o secretário executivo Luiz Pontel responderá interinamente pelo ministério.
Moro enfrenta críticas desde o início de junho, quando o site The Intercept Brasil publicou uma série de mensagens trocadas entre ele e Dallagnol que indicam interferência do então juiz da Lava Jato na atuação dos procuradores. O conteúdo mostra Moro sugerindo a inversão da ordem de operações e dando pistas de investigações.
Moro diz não reconhecer a autenticidade das mensagens obtidas pelo site e nega ter cometido ilegalidades na condução da Lava Jato.
Reportagem do jornal Folha de S.Paulo e do Intercept desse domingo, 7, revelou ainda que integrantes da força-tarefa da Lava Jato se mobilizaram para expor informações sigilosas sobre corrupção na Venezuela após receberem uma sugestão de Moro em agosto de 2017, também segundo mensagens privadas trocadas pelos procuradores na época.