MANAUS – O grupo de voluntários espíritas do Trabalho Maria de Nazaré promoveu ações de prevenção ao suicídio em comunidades periféricas da Zona Norte da cidade, nestes sábado e domigo pela manhã.
Mais de 500 pessoas foram atendidas, no sábado, 9, nas obras sociais dos grupos espíritas nas comunidades Jesus Me Deu, Colônia Santo Antônio e Parque das Garças. No domingo, o grupo se reuniu na Ponta Negra para levar os mesmos esclarecimentos aos frequentadores do local.
As pessoas atendidas tiveram acesso a palestras sobre como identificar quando uma pessoa está pensando em suicídio e como ajudar a salvar vidas.
Nas atividades, o público teve acesso também a atendimentos como medição de pressão, teste de diabetes com profissionais da área de saúde, atendimentos médicos ambulatoriais e exames, cortes de cabelo e orientações com advogados. Todos os profissionais atenderam de forma voluntária.
Dentre os esclarecimentos prestados pelo grupo, o mais importante é o de encaminhar a pessoa identificada com ideias suicidas a um profissional e nunca pensar que quem fala em suicídio só quer chamar a atenção.
“A primeira coisa que precisa ser rompida é o preconceito com a doença mental ou o transtorno psíquico. Muitas pessoas deixam de procurar ajuda por medo de serem chamadas de loucas ou de terem sua dor desprezada”, aponta o médico psiquiatra Luiz Henrique Novaes, voluntário do Trabalho Maria de Nazaré.
Suicídio em números
A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. No Brasil, em 2012, foram registradas 11.821 mortes por suicídio, colocando o país em 8° lugar entre as nações em número absoluto de suicídios.
Prevenção salva vidas
Entre as medidas apontadas pela Associação Brasileira de Psiquiatria como fatores que contribuem para prevenir osuicídio, além do atendimento médico adequado, estão o incentivo a espaços de promoção de saúde na comunidade, o uso estratégico da mídia para campanhas preventivas e esclarecimentos em escolas que problematizem o assunto, contribuindo para a desconstrução de mitos e tabus em torno da questão.
De acordo com a associação, cerca de 90% dos casos de suicídio poderiam ser evitados se as pessoas que pensam nessa prática ou as que vivem ao redor delas tivessem esclarecimentos sobre o assunto.
“Se uma mensagem ou atendimento servirem para salvar uma vida mostrando que há outros ângulos para ver os problemas e a dor e que o suicídio não é a solução, o tempo que dedicamos a este trabalho já terá valido muito a pena. Mas, o mais importante, é iniciar um movimento para desmistificar o tema e formar multiplicadores da informação que possam ouvir, conversar sem condenar e mostrar que o suicídio não é opção para nenhum momento da vida”, declarou a jornalista Camila Gabriel, uma das coordenadoras da campanha.