Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, afirmou que não há nenhuma orientação nas mensagens trocadas com o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol com objetivo de influenciar nas investigações da Operação Lava Jato. “Está havendo muito sensacionalismo em cima dessas supostas mensagens”, disse, ao participar da abertura da reunião do Consej (Conselho Nacional dos Secretários de Estado da Justiça, Cidadania, Direitos Humanos e Administração Penitenciária), em Manaus, na manhã desta segunda-feira, 10.
O ministro ficou incomodado com perguntas sobre o teor das conversas com Dallagnol e encerrou a entrevista com jornalistas. “Eu, na verdade, já me manifestei ontem (domingo). Não vi nada de mais, houve uma invasão criminosa de celulares de procuradores. É um fato bastante grave ter havido a invasão e divulgação. Quanto ao conteúdo, não vi nada demais. Não tem nenhuma orientação naquelas mensagens. Eu nem posso dizer que são autênticas. São coisas que aconteceram há anos atrás e eu nem tenho mais registros disso”, afirmou.
Para o ministro, a conversa entre juízes e procuradores é considerada normal e a indicação para alterar fases da Operação Lava Jato foi motivada por “questões de logística”. “Veja, os juízes conversam com procuradores, advogados, policiais. Isso é algo normal. De forma nenhuma influenciou (na Operação Lava Jato). Se houve alguma coisa nesse sentido, são operações que já haviam sido autorizadas. São questões de logística e se discute com a polícia”, disse o ministro.
Ao ser questionado sobre suposta ilegalidade nas conversas com o procurador da Lava Jato, Moro afirmou que “só basta ler o que se tem lá” e disse que “o fato grave é a invasão criminosa nos celulares dos procuradores. Ele repetiu que está havendo muito sensacionalismo em cima das supostas mensagens.
Em determinado momento da entrevista, Moro demonstrou estar incomodado e disse que só iria responder questões relacionadas ao Estado do Amazonas. “Eu vi aqui para falar sobre a questão do Amazonas, não sei se os senhores tem pergunta a respeito, senão eu encerro aqui. Só vou responder questões sobre Manaus e o Amazonas”, disse o ministro.