Do ATUAL
MANAUS – O presidente Jair Bolsonaro (PL) culpou a pandemia de Covid-19 por desempenho ruim da economia em seu governo. “Uma pena muito grande esses dois anos de pandemia. Lamentamos as mortes, mas se não fosse a pandemia, na questão da economia, o Brasil estava lá na frente. Mesmo com a pandemia, a poucos meses passamos da 13ª para a 10ª economia do mundo. Esse é um pedacinho do nosso Brasil, essa terra prometida, essa maravilha que é o nosso Brasil”, disse, em discurso no encerramento de seminário sobre implantação da tecnologia 5G no Amazonas, no início da tarde desta quinta-feira (22), em Manaus.
Manaus, Belém, Porto Velho, Macapá e Rio Branco formam o último lote de capitais brasileiras a receber o sinal de 5G, previsto para começar a funcionar no final de novembro. Da região Norte, apenas Boa Vista e Palmas já contam com a tecnologia.
“Em 3 anos e 9 meses de governo passamos dois anos com pandemia. Vocês sabem o quanto foi difícil enfrentar esses dois anos. Pessoas que nos deixaram, economia quase indo à bancarrota, mas mantivemos o Brasil vivo”, prosseguiu o presidente.
“Criamos o auxílio emergencial, criamos programas para evitar o desemprego, e terminamos 2020 e 2021 com um saldo positivo de quase 3 milhões de empregos no Brasil. Basta lembrar que em 2014 e 2015 não tivemos nenhuma pandemia no Brasil e terminamos esses dois anos com uma perda de aproximadamente 3 milhões de empregos”, afirmou.
Sobre as relações comerciais internacionais e a imagem do Brasil no exterior, Bolsonaro declarou situação contrária às recepções que obteve nas duas recentes viagens ao exterior – Londres e Nova Iorque, onde houve protestos contra seu governo.
“Estamos fazendo a coisa certa. Temos a confiança hoje em dia do mundo todo, como eu senti na minha passagem por Londres e por Nova Iorque. O carinho com que nós fomos tratados é uma coisa impressionante, dada uma excelente política externa que nós temos. O mundo todo conversa conosco”, discursou.
Para o presidente, o resultado foi fruto do trabalho de um ministério bem escolhido. Novamente, omitiu as substituições de ministros por políticas públicas polêmicas e, no caso dos ministérios da Educação e do Meio Ambiente, investigados por corrupção e alvo de operações da Polícia Federal. “A qualidade dos ministros, a vontade deles de trabalhar e servir à sua pátria, fez a diferença. Tanto é que perante o mundo estamos muitíssimo bem em se falando de economia. Inflação ladeira abaixo, Produto Interno Bruto ladeira acima. Somos hoje o quarto país que mais que mais recebe investimentos de fora”, disse.
Energia e combustível
Bolsonaro destacou a redução na tarifa da energia elétrica e no preço dos combustíveis, mas também omitiu que ocorreu por pressão da opinião pública e pela proximidade das eleições. “O Brasil está indo para frente. Conseguimos uma coisa inédita: baixamos em 40% aproximadamente o preço dos combustíveis do Brasil. No mundo todo continua muito alto. Junto com isso também, a tarifa da energia elétrica baixou”, disse. Bolsonaro não citou em que país o combustível a consumidor continua alto.
Em janeiro de 2019, quando assumiu o governo, o litro da gasolina custava R$ 4,29. Em 2022 atingiu R$ 7,59. Após as reduções, o preço médio atual é de R$ 5,19.
Comparando mais uma vez as ações de seu governo com administrações anteriores, o presidente disse que triplicou os valores de programas de transferência de renda. “Atendemos os mais humildes com Auxílio Brasil três vezes superior ao que era pago lá atrás, dentro da responsabilidade fiscal. Esse é um pedacinho do nosso Brasil”.
Novamente omitiu que o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil é provisório. Será pago até dezembro de 2022.
(Colaboraram Iolanda Ventura e Murilo Rodrigues)