EDITORIAL
MANAUS – No dia 10 de maio deste ano, a reportagem do AMAZONAS ATUAL mostrou um caso de desrespeito ao Código de Posturas do Município de Manaus praticado por quem deveria educar crianças, adolescentes e jovens a respeitar o espaço público: uma escola estadual, na zona sul da capital instalou uma lixeira em cima da calçada, tomando todo o passeio público.
Construída em ferro e pintada de azul, a lixeira, de acordo com a direção da Escola Estadual Professora Jacimar da Silva Gama, foi erguida em cima da calçada depois que anterior, que ocupava apenas parte do passeio público foi furtada.
De acordo com a direção, não era para a lixeira ficar sobre o passeio de pedestre, mas a empresa contratada pela Secretaria Estadual de Educação errou. A direção da escola, no entanto, permitiu que a empresa concluísse a obra e entregasse o serviço.
Depois da publicidade do problema, a Seduc informou à reportagem que iria verificar chamar a empresa para resolvê-lo. O Implurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) também informou que pediria da Secuc a retirada da lixeira do passeio público.
Dois meses se passaram. Nem a escola, nem a Seduc e nem o Implurb tomaram providência e a prafernalha continuava lá. Na semana passada, o AMAZONAS ATUAL cobrou os responsáveis, e o Implurb autuou a escola para que providenciasse a retirada da lixeira no prazo de 24 horas.
O termo de autuação foi entregue no dia 13 deste mês, quarta-feira, às 10h45. Quem deu ciência ao documento foi Lidiane Silva de Souza, que se define como “gestora”. Portanto, o prazo para a retirada da lixeira era até 10h45 do dia 14, quinta-feira da semana passada.
Mais uma vez o Implurb foi ignorado. Nesta segunda-feira, pela manhã, a lixeira continuava no local, impedindo a passagem de pedestres.
À tarde, por volta de 15h30, a reportagem voltou à escola para certificar-se de que a autuação do Implurb seria desrespeitada por mais um dia, mas uma dupla de trabalhadores de uma empresa prestadora de serviços para a Seduc já estava fazendo a retirada da lixeira.
A Escola Estadual Professora Jacimar da Silva Gama é construída em um terreno generoso, em frente à entrada do campus da Ufam (Universidade Federal do Amazonas). Não falta espaço para a construção de uma lixeira que não atrapalhe a passagem de pedestre.
A direção da escola, a Seduc e a empresa que a instalou sobre a calçada buscou o caminho mais fácil, como é comum na cidade de Manaus. Moradores e empresas invadem o passeio público sem cerimônia, com garagens, muros, lixeiras, escadas e outras construções.
Por isso, o poder público municipal precisa estar vigilante e a população precisa denunciar os casos de agressão à cidadania e a falta de urbanidade.
Se todos os casos forem resolvidos, se todas as denúncias forem apuradas com rigor, aumenta a confiança da população no poder público e, consequentemente, aumenta a vigilância contra os fora-da-lei.
Parabéns pela reportagem e obrigada! Sou moradora da região e há muitos anos essa escola despejava lixo naquele mesmo local, tendo um terreno enorme podendo fazer uma lixeira, inclusive com separação de lixo. Nem parece uma instituição de ensino. Espero que eles façam a lixeira DENTRO do terreno da escola e parem com essa PETULÂNCIA de querer punir uma comunidade inteira por causa da ação de vândalos.