Com o consentimento da maioria dos eleitores do Amazonas, o renascimento da cidadania é possível. Entre as mudanças urgentes, cumpre dar ao caboclo a tão sonhada cidadania, por meio de gestão eficiente, sob os padrões da sustentabilidade e em nome da qualidade de vida da população. Há que se destacar, no discurso de posse do novo Chefe do Executivo do Amazonas, comovente e bem elaborado, muitos pontos fortes nos primeiros momentos de sua investidura como governador. Eles podem ser reunidos numa frase, recorrente dos discursos de todo político do Amazonas, a começar por Tenreiro Aranha, que conheceu esta imensidão de terra e riqueza: “…é preciso transformar o matuto em cidadão”.
Em suas três proposições do plano de governo, isso resta bem claro, quando ele anuncia maior participação das pessoas e cita nossa Carta Magna em sua primeira exortação. “Todo poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido”. De tão clara e alcalina, essa obviedade é frequentemente esquecida. É preciso, assim, fazer eco a essa exortação e repeti-la exaustivamente, ou, pelo menos, quando adentrarmos nas repartições públicas e lá encontrarmos não a imagem de adulação do mandatário, mas daqueles que assentaram na cadeira do poder.
Dois assuntos merecem ser retomados em sua fala. Um deles diz respeito à importância do fortalecimento da Zona Franca de Manaus, quando o governador anuncia investimentos prioritários em infraestrutura para recuperar a competitividade do setor produtivo de nossa economia; outro, não citado, mas de extrema relevância para que o conjunto de suas metas sejam cumpridas: o estreitamento das relações do Amazonas com os demais Estados da Região Norte. Com sua comunicação fácil e eficiente com as pessoas – seu mais de um milhão de votos comprova isso – tornará fluida e rápida essa tarefa e lhe dará o bastão da natural liderança regional.
Fortalecer a ZFM é uma das mais importantes metas, com medidas para prover infraestrutura, ação essencial para a sobrevida do pão nosso de cada dia, o Polo Industrial de Manaus. Só assim iremos atrair novos investimentos para deter a desindustrialização galopante. Lembremos que esse acerto fiscal, o maior da história da República, já tem sido abalado com o corte progressivo de suas vantagens desde suas nascentes. Vivemos à margem da Lei. Bastam dois exemplos: somos Porto livre, mas temos fiscalização rigorosa na entrada de mercadorias, enquanto o próprio poder da Receita faz vista grossa em outras portas de entrada do País. Temos apenas cinco itens vetados na Constituição para receber incentivos, mas burocratas mal-intencionados nós condenamos a ter menos de 0,6% das indústrias do País. Devemos fazer entourage ao governador para bater na porta do STF e dizer: “Seja respeitada a Lei que nos permite trabalhar, Senhores Ministros”!
Finalmente, vamos ficar lado a lado com o governador na inadiável tarefa da mobilização amazônica, a começar pela Conferência Parlamentar Federal, um evento necessário e pedagógico para mostrar, passo a passo, as infinitas vantagens de os irmãos amazônicos formarem a Frente de Defesa da Amazônia. Uma delas é aplicar na região os recursos que a União Federal tem confiscado no Amazonas desde o início da ZFM. Esse valor expressivo deve ser usado para qualificar os jovens não apenas em ciência, tecnologia e inovação, mas também em Gestão da Amazônia. Precificação de Serviços Ambientais, comércio intenso entre os estados e entre os países do Tratado Amazônico, defesa em âmbito parlamentar de todas as demandas de infraestrutura e incentivos em todas as vocações naturais, que irão permitir, sem assistencialismo nem demagogia, consolidar a urgente tarefa de criar as condições para a população do Amazonas assumir esta tarefa, por conta e risco: as rédeas da própria vida. Ao trabalho!
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