Da Redação
MANAUS – Donos de bares não têm como controlar os clientes que ficam bêbados e não cumprem o distanciamento e uso de máscaras, diz Aderson Frota, presidente em exercício da Fecomércio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Em entrevista ao ATUAL nesta terça-feira, 13, Frota afirma que o empresário cobra o respeito às normas, mas que algumas pessoas festejando não ligam e o proprietário acaba sendo punido.
Na segunda-feira, 12, o governador Wilson Lima anunciou o fechamento de bares e restaurantes do Conjunto Eldorado, na zona centro-sul de Manaus, por 15 dias. A punição veio após a fiscalização flagrar grandes aglomerações na Praça do Caranguejo no último fim de semana.
Frota afirma que há um problema comportamental do cidadão. “As pessoas nos bares festejando, bebendo perdem a noção de responsabilidade”, diz. “E aí complica porque o empresário, por sua vez, ele não tem como disciplinar. Ele pede para o cliente ‘olha, meu irmão, usa máscara, mantém o distanciamento’. Mas o cara bebendo, alegre, festejando, não está nem aí”, afirma.
O presidente da Fecomércio diz que os empresários temem represálias. “Se entra uma pessoa na minha loja sem máscara, eu naturalmente boto a máscara. Mas se ele repelir ‘não, não quero usar máscara’, eu não posso fazer nada, porque senão eu provoco um constrangimento e ela pode até me acionar por danos morais”, diz.
Frota diz que quem acaba sendo disciplinado é o empresário.
“Eu acho que infelizmente quem é punido é o proprietário do bar ou restaurante, embora ele não tenha culpa pelo problema, mas não tem outra alternativa”.
Ele reconhece que há comerciantes que precisam ser mais rígidos. “Na realidade, o problema todo não é só o cidadão. É também dono do estabelecimento que de certa forma não exige um distanciamento, uma postura compatível com o momento tão delicado de pandemia”, afirma.
O empresário afirma que após o ocorrido no Eldorado, estão mantendo diálogo para evitar mais punições. “Nós pedimos ao Sindicato dos Hotéis, Bares e Restaurantes para ter uma conversa com todos os seus associados para apelar que todo mundo tenha cuidado”, diz.
Porém, alega que outros setores são responsáveis por aglomerações. “Estamos mais uma vez instando todas as empresas do comércio. Mas não é o comércio. Quem realmente gera aglomerações são os bancos, ônibus, feiras que a prefeitura controla, e também as loterias”, diz.
Frota afirma que a entidade faz orientações e treinamentos aos comerciantes sobre a medidas de prevenção à Covid-19, mas que chega um momento que não tem como controlar a realidade. “De certa forma, o cidadão às vezes não entende que a gente está protegendo ali, não estamos tentando criar dificuldades, estamos tentando proteger a vida. E outra coisa, estamos tentando atender as determinações do governo”, diz.
Estou esperando me chamarem até agora nada, só na espera