Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – Com uma pauta única de reinvindicação, trabalhadores da educação no Amazonas estão divididos nas negociações com a Seduc (Secretaria de Estado da Educação). São três grupos de servidores, dois envolvendo professores e um que reúne técnicos administrativos, merendeiros, vigias e serviços gerais. Todos pressionam o governo do Estado por reajuste salarial, plano de cargos e salários e auxílios como alimentação. Desde essa segunda-feira, 117 escolas em Manaus e 23 no interior estão com as aulas suspensas.
O Vamseg (grupo que reúne vigias, técnicos administrativos, serviços gerais, merendeiras, assistentes de biblioteca, bibliotecários e nutricionistas) negociam separadamente dos sindicatos dos professores. A tendência é a categoria aderir à greve de parte dos docentes programada para esta quinta-feira, 22.
A merendeira e representante do grupo, Eliane Guedes, disse uma assembleia está agendada para sexta-feira, 23, na qual será definida a adesão ou não à paralisação. “O nosso movimento foi formado primeiro por merendeiros que estavam insatisfeitos com a forma que vêm sendo tratados pela administração pública. Agora, já temos quase dois mil colegas acompanhando o movimento de reinvindicações”, disse.
O movimento Vamseg cobra reajuste salarial de 30% mais 5% de ganho real, defasado há quatro anos, segundo Eliane Guedes, e revisão de plano de cargos e carreiras que tem como salário base R$ 452. “Estamos também pedindo que continue o plano de saúde, o vale alimentação. O que nós queremos é valorização e respeito. Até hoje, só se fala em professores, mas os profissionais da educação também são as merendeiras, vigias, bibliotecário e os demais do setor administrativo”, disse Eliane.
A sindicalista disse que o anúncio de melhorias na vale alimentação pelo governo contempla todos os trabalhadores e o movimento deverá esperar as negociações feitas pelo Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas) para aderir à greve ou não. “Até esta quarta-feira, 21, se o governador não negociar o restante das faltas com os professores, os profissionais da educação deverão aderir à greve. E nós, do movimento Vamseg, estaremos acompanhando os colegas nos nossos contra turnos”, disse Eliane.
Grupos divergentes
A greve de professores é coordenada pela (Associação Movimentos de Luta dos Professores de Manaus). O Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas), que negocia com a Seduc, é contra a paralisação.
Em nota, o Sinteam informou que negociou a ampliação do vale alimentação para todos os trabalhadores. Antes, o pessoal do Vamseg não estava contemplado. Conforme o Sinteam, os merendeiros, auxiliares de serviços gerais, assistentes administrativos, gestores e demais funcionários receberão R$ 420 no contracheque. O valor anterior era de R$ 220.
“A princípio, o governo havia aceitado reajustar o tíquete alimentação somente para profissionais que estivessem em sala de aula. Diante da pressão da categoria e do sindicato, o governo voltou atrás e anunciou o aumento para todos os servidores da Seduc”, comunicou o sindicato.
Já a Asprom cobra aumento salarial de 35%. Seduc ofereceu 8,17%, que foi recusado. A associação programou deflagração de greve para esta quinta-feira, mas 140 escolas no Estado, sendo 117 em Manaus, estão sem aula desde essa segunda. Nesta terça, 20, grupos de professores protestaram em vários pontos da cidade.
A Seduc considerou a paralisação ilegal e informou que recorrerá à Justiça para garantir a regularidade do ano letivo.