O anúncio em primeira mão do nome do novo superintendente da Suframa, interino, é verdade, pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) demonstra que o grupo liderado pelo senador Eduardo Braga (PMDB) nem deixou passar a ressaca eleitoral e já começa o embate com o adversário, comando por Omar Aziz (PSD). A assessoria da senadora distribuiu em primeira mão nota com a decisão do ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Mauro Borges, sobre a escolha de Gustavo Igrejas para substituir Thomaz Nogueira. Mas quem acha que Braga e Vanessa saem em vantagem, precisa de cautela. Tudo vai depender de como a presidente Dilma Rousseff vai tratar o seu atual líder no Senado, cargo que Braga deve perder. Especula-se um ministério para o candidato derrotado de Dilma e Lula no Amazonas. Se for um ministério de peso, Braga poderá manter o prestígio e interferir na escolha. Mas ninguém pode esquecer que Omar saiu do processo eleitoral por cima da carne seca e tem sob suas asas o governo do Estado e a Prefeitura de Manaus. Além disso, assumirá no Senado a liderança do PSD, partido que tem a quarta maior bancada da Câmara dos Deputados e é o terceiro maior partido da base aliada. O jogo está apenas começando.
Vítima da disputa
Thomaz Nogueira foi vítima da disputa entre os grupos de Braga e Omar. Escolhido pelo agora senador eleito, com o aval de Braga, o superintendente da Suframa ficou no meio do fogo cruzado com o início da disputa eleitoral e assim permaneceu até o dia 26 de outubro, quando decidiu manifestar o desejo de sair em dezembro. Na verdade, Nogueira estava ouvindo há algum tempo a célebre frase do capitão Nascimento: “pede pra sair!”. O secretário executivo do Mdic, Ricardo Schaefer, deixa isso claro em uma entrevista à rádio Tiradentes, no dia 22 de outubro. Ele acusou Thomaz de ser o responsável pela paralisação que ocorria naquele dia de servidores da Suframa. “Questões que a superintendência da Suframa não conseguiu responder de maneira satisfatória ao sindicato”, segundo ele.
Faltou confiança
A frase de Schaefer não deixa dúvida sobre o processo de fritura de Thomaz Nogueira: “Eu vejo com muita preocupação a questão de uma deterioração do nível de confiança entre o sindicato e a Superintendência da Suframa, e nós estamos trabalhando para resolver essa questão, já que o nível de confiança e de interlocução entre o sindicato e Superintendência tem caído muito nos últimos tempos, mas temos trabalhado para melhorar essa interlocução”.
Revolta na CMM
Na noite de ontem, em uma reunião de vereadores na casa de um dos parlamentares para discutir a sucessão na Câmara Municipal de Manaus, o tema da dívida da Prefeitura de Manaus que o prefeito Arthur Virgílio Neto disse ter herdado de gestores passados, entrou na pauta. Houve vereador que se sentiu traído depois da divulgação da notícia de que o TCE não encontrou a dívida ou rombo que a gestão de Arthur anunciou no ano passado. A revolta dos vereadores era porque o prefeito usou o mesmo argumento, nesta semana, para aprovar um empréstimo de 200 milhões de dólares. Eles esperavam a presença do secretário Ulisses Tapajós (Semef) para explicar os detalhes da dívida, mas ele não apareceu, e os vereadores aprovaram a matéria como um cheque em branco.
Quem está mentindo?
A gestão Arthur Virgílio Neto afirma que recebeu a Prefeitura de Manaus com um rombo ou uma dívida milionária na casa do R$ 350 milhões. O conselheiro do TCE, em voto na prestação de contas de Amazonino Mendes, diz que não houve, pelo menos nesse montante, dívida herdada da gestão anterior. Se o TCE estiver com a razão, uma pergunta é inevitável: Arthur sabia a verdade ou foi induzido ao erro pela sua equipe técnica, comandada por Ulisses Tapajós? Se foi induzido ao erro, o que fará com o secretário da Semef?
Carijó na área
O suplente de vereador Luiz Alberto Carijó (PDT) é um nome que pode emergir como candidato a presidente da Câmara Municipal de Manaus. Para isso, Fabrício Lima (SDD), o dono da vaga na Casa, precisaria sair. Isso não seria difícil, porque o ex-secretário de Esporte de Arthur quer, agora, a mesma pasta no governo de José Melo, e teria o aval do presidente de seu partido, nada menos que o vice-governador (eleito) Henrique Oliveira. O problema é que Carijó só disputaria a presidência se assumisse a cadeira como titular. Para isso, Fabrício precisaria renunciar ao cargo de vereador. Em política, nada é impossível.
Por que Carijó?
Carijó seria uma carta na manga para Arthur Virgílio Neto, que enfrenta uma guerra de aliados pela presidência da Casa. Só o PSDB tem dois candidatos: Ednaílson Rozenha e Mário Frota. Além deles, o líder do prefeito Wilker Barreto (PHS) e o primeiro-vice-presidente, Sildomar Abtibol (Pros), que foi prefeito interino durante a campanha eleitoral, também querem a presidência. Por enquanto, Rozenha é o que mais tem agredo apoio dos parlamentares.