É certo que os policiais militados do Estado têm direito à promoção, como prevê a Lei Estadual 4.044/2014, e eles têm todo o direito de reivindicar isso na Justiça. Agora, é mais certo ainda que os dirigentes das entidades sindicais que defendem a categoria usam essa causa para a autopromoção e buscam espaço na mídia de olho nas eleições do ano que vem. A principal prova disso é a falta de união das duas principais instituições dos militares (a Associação dos Praças e a Associação de Cabos e Soldados): enquanto a primeira, comandada por Gerson Feitosa, quer lutar pela greve, a segunda, liderada por Igo Silva, quer travar a paralisação. Mas nenhuma das duas entidades buscaram um entendimento mais legítimo com o governo e todas as duas têm dirigentes que já se declararam, aos colegas de trabalho, candidatos a vereador de Manaus no ano que vem. O sucesso Platiny Soares (PV) e Cabo Maciel (PR) nas urnas animou os sucessores deles a iniciarem-se na carreira política, mas a hora escolhida para a “campanha” é inadequada.