MANAUS – Justiça do Trabalho determina destituição da atual diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas e a instalação de uma Junta Governativa para apurar possíveis fraudes ocorridas na entidade que, atualmente, tem mais 8 mil metalúrgicos associados.
Assinada pelo juiz Adilson Maciel Dantas, da 2ª instância da 11ª Região do Tribunal Regional do Trabalho, a decisão judicial determinou a instalação de uma junta governativa presidida por Adriano Simões Mendes, pela tesoureira Márcia Cavalcante Nápoles e pela secretária-geral, Danielly Moreira de Souza, que terão 90 dias para realizar uma auditoria no sindicato e apurar os indícios de fraudes no processo eleitoral que elegeu, pela terceira vez, à presidência do sindicato Valdemir Santana.
A eleição ocorreu em abril e, segundo os metalúrgicos da atual junta governativa, foi marcada por irregularidades. “Através de mandato de segurança, a justiça determinou que compuséssemos a nova junta governativa para investigar não apenas as denúncias de fraudes nas eleições, mas em todos os níveis do sindicato. Se dentro de 90 dias não obtiver nenhum resultado, esse prazo poderá ser prorrogado”, disse o presidente da Junta Governativa, Adriano Simões Mendes.
Adriano explicou que a junta foi instituída pela justiça para evitar que as atividades do sindicato parassem. “Vamos dar continuidade a todas as atividades do sindicato normalmente, mesmo durante o processo de investigação”, disse.
Momento de tensão
Um vídeo com o momento em que o oficial de justiça, Arquibaldo de Sá Teixeira, entrou na sede do sindicato, acompanhado pela Polícia Militar e a imprensa já caiu nas redes sociais. A ação foi para desocupar o prédio do sindicato pela atual diretoria para que a junta governativa assumisse a entidade. Na hora, um princípio de tumulto foi registrado pela equipe, por parte dos membros da diretoria do sindicato, que não queria a instalação da junta, mas foi controlada pela PM.
Valdemir Santana, atual presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, estava em viagem na hora de desocupação do prédio. Mas, por telefone, informou para o AMAZONAS ATUAL que ficou sabendo do ocorrido. “Mas não fomos notificados oficialmente. Nenhum dos nossos diretores foi notificado. Estamos sabendo sim, mas quando formos notificados oficialmente iremos tomar as providências que nos cabem ser tomadas. Não temos irregularidades em nosso mandato e vamos recorrer dessa decisão e avisar na hora certa para a imprensa”, disse o presidente destituído.