MANAUS – No 8 de março, lembramos do Dia Internacional das Mulheres. Momento de presentear e de dar flores para as mulheres, mas também é um dia de reflexão e de lutas pelos direitos delas.
O Dia das Mulheres é uma data festiva, onde há entrega de presentes, agrados e manifestação de carinho e afeto. Além de confraternizações entre amigos e familiares, para se mostrar a importância da mulher na sociedade e na vida de cada pessoa.
Mas a data também nos chama à reflexão acerca da origem desta comemoração nos dias atuais, pois também é o momento para reafirmar a luta das mulheres por direitos, contra a desigualdade de gênero, pela valorização profissional e, principalmente, contra o machismo e a violência.
Os dados da violência mostram que em Manaus acontecem, em média, 60 casos de violência doméstica por dia, conforme a Delegacia das Mulheres. No Amazonas, os casos de violência contra as mulheres aumentaram em 42,9% entre os anos de 2021 e 2023, conforme a Secretaria de Segurança Pública.
No estado também aumentaram os casos de feminicídio, apesar dos avanços nas leis e da Lei Maria da Penha. E no mundo do trabalho, as mulheres, apesar do crescimento de participação e serem a maioria em algumas profissões, ainda recebem, na média, menos que os homens.
Muitas mulheres sofrem porque não têm creches para os filhos e elas precisam trabalhar fora. Não conseguem atendimento médico especializado para seus filhos e para elas mesmas. Por isso, há muita incidência de doenças graves, como o câncer de mama e de colo de útero, que poderiam ser evitadas.
Até a saúde mental é negligenciada para as mulheres. Segundo a jornalista Ivânia Vieira, a pauta da saúde mental das mulheres está engavetada, pois, segundo a OMS, após a pandemia, 45% de mulheres brasileiras entrevistadas disseram possuir diagnóstico de ansiedade, depressão ou algum tipo de transtorno mental, devido à carga de preocupações, responsabilidades e por não terem atendimento especializado.
Acredito que o dia das mulheres é todo dia, pois todos os dias dia é dia de lutar pelos seus direitos. Durante minha vida parlamentar sempre atuei em defesa delas. Por isso, sou autor da Lei N. 323/2016 e N. 4432/2017, que criou a Campanha de Combate à violência contra a Mulher, com 16 dias de ativismo no estado do Amazonas. E da Lei N.4432/201, que proíbe o uso de recursos públicos para contrato de shows com músicas que ofendam, que desvalorizem a mulher ou incentive a violência.
Além disso, por meio de emenda parlamentar, destinei R$ 1,5 milhão para Fundação Cecon para aquisição de um Mamógrafo Digital que está ajudando no diagnóstico precoce de câncer de mama. E destinei recursos para equipar a delegacia da Mulher da Leste de Manaus e, junto com a bancada federal do Amazonas, destinei R$ 10 milhões para construção da Casa da mulher Brasileira.
E é esse o papel de todos, meu, seu e da sociedade: lutar em favor dos direitos das mulheres.
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
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