Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – A desembargadora federal Mônica Sifuentes negou o pedido de liberdade do ex-governador José Melo (Pros) e da ex-primeira-dama Edilene Gomes de Oliveira. A decisão ocorreu nesta quinta-feira, 1º. O recurso aguardava a análise da magistrada no Tribunal Regional Federal da 1ª Região em Brasília há mais de 20 dias.
Melo e Edilene foram presos na Operação Estado de Emergência, terceira fase da Operação Maus Caminhos. O casal está preso desde o dia 31 de dezembro de 2017. Os dois são acusados de se beneficiarem do esquema de corrupção que desviou milhões da saúde no Amazonas.
Na decisão, a desembargadora sustenta que “há fatos concretos a justificar a prisão” dos dois. Entre eles, o fato da primeira-dama ter arrombado boxes e retirado caixas de dentro deles, com menos de 24 horas após a decretação judicial de busca e apreensão, e o acompanhamento de testemunhas, com possível intimidação, até a sede do MPF (Ministério Público Federal). “São circunstância que justificam, pelo menos neste momento preliminar, a adoção da custódia cautelar ora impugnada”, afirmou Mônica Sifuentes.
O ex-governador está preso no CDPM2 (Centro de Detenção Provisória Masculino 2), no Km 8 da BR-174 (Manaus-Boa Vista). Edilene cumpre prisão preventiva no CDPF (Centro de Detenção Provisória Feminino), também no Km 8 da rodovia federal.
No dia 25, o ex-governador foi indiciado pela PF (Polícia Federal) por organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A ex-primeira-dama foi indiciada por participação em organização criminosa.
O advogado do casal, José Carlos Cavalcanti Junior, informou que vai recorrer. “Vou recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) porque há ilegalidade no ato de busca e faltam provas da suposta ameaça (a testemunhas”, disse o advogado ao ATUAL.