Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Onze dias após ser agredido com um soco pelo prefeito de Borba, Simão Peixoto (PP), o presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Roberto Cidade (União Brasil), afirmou que não deu voz de prisão ao prefeito para evitar uma tragédia envolvendo armas de fogo. A declaração foi em sessão ordinária da Casa Legislativa nesta terça-feira (13).
“Se eu falo para minha segurança ir para cima da segurança dele, alguém ia puxar uma arma, ia ser uma tragédia e a matéria hoje seria outra. As notícias hoje eram outras porque ele tinha mais de 15 pessoas que não poderiam estar armadas, que estavam ali sem porte de arma, tenho certeza, e a tragédia seria outra”, afirmou Cidade.
A confussão ocorreu no último dia 2 de setembro, quando o Cidade chegou a Borba para cumprir agenda de campanha eleitoral. O parlamentar disse que o prefeito se infiltrou no meio da população e aproveitou de sua distração para o agredir com um soco. “Ele estava do lado. [Me agrediu] de forma covarde”, disse Cidade. O momento foi registrado em vídeo.
O deputado afirmou que, “na política, a gente tem sabores amargos” e que “tem certas coisas que a gente tem que engolir”. No entanto, conforme Cidade, em relação a agressão física, “a gente não pode ficar calado e deixar as coisas acontecerem e ficarem impunes”. “Eu repudio muito. Eu estou indignado”, disse o presidente da Assembleia do Amazonas.
Cidade disse que irá judicializar o caso. “Confesso a vocês que já pensei em fazer… tomar atitudes que não caberiam a mim como homem, como pessoa. Já estou procurando a justiça e todos os poderes e ver de que forma esse cidadão, esse prefeito que, na minha opinião, não tem postura, não tem credibilidade…”, afirmou Cidade.
Os deputados Serafim Corrêa (PSB), Saullo Vianna (União Brasil), Alessandra Campêlo (PSC), Sinésio Campos (PT) e Tony Medeiros (PL) repudiaram a agressão a Cidade, chamaram o prefeito de Borba de “covarde” e pediram providências. Segundo os parlamentares, a agressão ao presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas também atinge o Parlamento.
Saullo propôs a revogação da medalha Ruy Araújo concedida a Simão Peixoto, aprovada pela Assembleia em dezembro de 2021. “Esse cidadão não merece [a honraria], não respeita ninguém e não merece desta Casa o reconhecimento, a importância que tem a medalha Ruy Araújo”, afirmou o deputado, que recebeu apoio de Alessandra e Adjuto Afonso (União Brasil).