
Em nota distribuída à imprensa neste sábado, 6, a deputada Alessandra Campêlo (PCdoB) considerou atentado à democracia a atitude do governo, que determinou investigação, com pedido de busca e apreensão de computar e telefone celular de Hinaldo de Castro Conceição, o jovem que atirou sobre José Melo notas de R$ 100 confeccionadas com o rosto do governador. Na manhã deste sábado, a Departamento de Repressão ao Crime Organizado da Polícia Civil fez busca e apreensão na casa de Hinaldo depois de o juiz Eliezer Fernandes Júnior expedir mandado. Para a deputada Alessandra Campêlo, é “lamentável que, em tempos de democracia, um governo use politicamente o Departamento de Repressão ao Crime Organizado para perseguir e intimidar um jovem que usou o seu livre direito de manifestação, previsto na Constituição Federal”.
Leia a nota completa da parlamentar:
Atentado à Democracia
Quero manifestar publicamente meu repúdio à atitude arbitrária e desproporcional do Governo do Estado em perseguir e intimidar o jovem Hinaldo de Castro Conceição, que na última segunda-feira, 1 de fevereiro, protestou jogando cópias de notas de 100 reais na direção do governador. Na manhã deste sábado, 6, a Polícia Civil usando mandado de busca e apreensão levou o notebook e o celular do rapaz, e também o celular do irmão dele, no bairro do Mutirão, Zona Leste de Manaus.
Lamentável que, em tempos de Democracia, um Governo use politicamente o Departamento de Repressão ao Crime Organizado para perseguir e intimidar um jovem que usou o seu livre direito à manifestação, previsto na Constituição Federal. Portanto, trata-se de uma agressão não ao jovem Hinaldo e sua família, mas ao Estado Democrático de Direito.
Uma grande ironia usar a polícia para perseguir e intimidar manifestantes, ao mesmo tempo em que Manaus é a 23ª cidade mais violenta do mundo, segundo ranking internacional do Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Penal, publicado no último mês.
Talvez por usar a polícia de forma equivocada, Barcelos apareça no “Mapa da Violência 2015” como a cidade onde mais se mata mulheres no Brasil. Com uma população feminina média de 11.958, o município amazonense registrou 45,2 homicídios por 10 mil mulheres.
Uma inversão total de prioridades, pois enquanto o Governo persegue jovens descontentes com os rumos da gestão pública, as famílias amazonenses ficam entregues à própria sorte, reféns da violência e da insegurança que assola a capital e o interior.
Alessandra Campêlo
Deputada Estadual (PCdoB-AM)