MANAUS – A deputada estadual Alessandra Campêlo (PMDB) usou a tribuna da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), para denunciar a SSP (Secretaria de Segurança Pública) de superfaturar o aluguel de um imóvel desde 2013. O local foi alugado para funcionar o IML (Instituto Médico Legal) e seria reformado, mas até agora está sendo utilizado como depósito de carros apreendidos em operações da Polícia Civil. Com a renovação do contrato, o valor chegar a R$ 5,5 milhões, nesses quatro anos, segundo a deputada.
“Eles (governo do Estado) publicaram há um mês no Diário Oficial a renovação do contrato que somando desde 2013 já ultrapassou R$ 5 milhões. O contrato foi feito com a empresa Axtron Serviços Tecnológicos Ltda., que atua no ramo de monitoramento e segurança. De acordo com a avaliação de corretores de imóvel o prédio deveria ser alugado por R$ 15 mil e está sendo alugado por R$ 120 mil”, afirmou Campêlo.
De acordo com levantamento feito no Portal da Transparência, o valor mensal do aluguel do imóvel é R$ 123.670,61. Por ano, são R$ 1.484.047,32. Só neste ano, a Polícia Civil já empenhou R$ 1.275.776,61, mas ainda não houve pagamento.
No ano passado, a Polícia Civil pagou R$ 717.883,78 à Axtron Serviços Tecnológicos. Em 2014 foram R$ 1.054.284; em 2013, R$ 1.340.266,67. Nos três primeiros anos, foram pagos R$ 3.112.434,45
O terreno virou local propício para o mosquito da dengue, estando cheio de carros velhos está localizado na rua Tomaz do Amaral, 450, bairro de Petrópolis, zona Sul de Manaus.
Questionado sobre o aluguel super faturado da Polícia Civil, o secretário de Segurança Pública do Estado, Sérgio Fontes, disse que não cabe à secretaria fiscalizar as contas administrativas da Polícia Civil, Polícia Militar, Detran e Bombeiros. “Temos que esclarecer que a Polícia Civil é uma unidade administrativa financeira autônoma. A secretaria não fiscaliza e acompanha os contratos de locação. Tomamos conhecimento disso hoje através da deputada Alessandra Campêlo e cabe à Polícia Civil explicar porque alugou um prédio para abrigar o MIL e está servindo para depósito de veículos apreendidos. O delegado-geral vai ter que explicar porque esse contrato está desse jeito há tanto tempo”, enfatizou Fontes.
A reportagem não conseguiu contato com o delegado-geral, Raimundo Acioly.