Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – A sessão virtual da ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas) desta quarta-feira, 13, começou com nova discussão entre o presidente da Casa, Josué Neto (PRTB), e a deputada Alessandra Campelo (MDB). Campelo acusou Neto de contratar pessoas para atacá-la na internet.
A discussão iniciou quando Campelo questionou Neto sobre o encerramento da sessão ordinária de terça-feira, 12, e pediu a votação do requerimento que o impede de conduzir o processo de impeachment do governador Wilson Lima e vice-governador Carlos Almeida Filho.
Deputados da base do governo alegam que Neto está impedido porque seria o principal beneficiário do afastamento de Lima e Almeida Filho. No entanto, o presidente da Casa afirma que não participa do processo e, por isso, não cabe o afastamento dele.
No início da sessão, Campelo rejeitou a explicação de Josué Neto de que o requerimento de Saullo Vianna e os questionamentos dos parlamentares foram enviados à Procuradoria-Geral da ALE e afirmou que Josué Neto contratou uma “claque” – grupo de espectadores aliciados ou combinados para aplaudir ou vaiar – para atacá-la na internet.
“Então, presidente, deixa eu lhe dizer: eu não estou preocupada com as pessoas contratadas para irem falar mal de mim nas redes sociais. Quando eu combatia o ex-governador José Melo, vossa excelência e alguns colegas também tinham uma claque paga para vir me ofender das coisas mais baixas possíveis. Isso não me calou”, afirmou Campelo.
“Acho que vossa excelência já deveria ter aprendido que esse tipo de ataque baixo não me cala. Eu só não vou admitir que ele seja pago com o dinheiro do povo, com dinheiro da Assembleia. Mas, fora isso, as pessoas que o senhor contrata fiquem à vontade”, disse Alessandra Campelo.
O deputado Belarmino Lins (PP) apelou aos deputados da base do governo que aguardassem os pareceres a Procuradoria-Geral da ALE e iniciassem o pequeno expediente. “Permita-me fazer este apelo para que lá fora todos que estejam nos assistindo percebam uma mudança comportamental. Não vamos nos agredir. Vamos nos conciliar”, afirmou Belarmino Lins.
A líder do governo na ALE, deputada Joana Darc (PL), reforçou o pedido para votação do requerimento de Saullo Vianna. “Quero pedir a questão de ordem da questão de ordem que não foi resolvida ontem”, disse Darc.
“A deputada Alessandra solicitou um recurso ao plenário mediante a negativa do presidente Josué Neto com relação a sua questão de ordem oral que foi feita na sessão. O regimento nos assegura que a gente tivesse que fazer a votação no plenário, o que não aconteceu”, disse Darc.
De acordo com a líder do governo, o encerramento da sessão ordinária de terça-feira, 12, foi “arbitrário”. “Se encerrou a sessão quando se poderia conversar, dialogar com os colegas e chegar a um consenso. Até porque já tivemos sessões muito mais polêmicas”, afirmou.
A reportagem solicitou o posicionamento do deputado Josué Neto, mas até a publicação desta matéria nenhuma resposta foi enviada.