Da Redação
MANAUS – A imunização indevida de fura-filas no Amazonas pode gerar desperdício de vacina contra a Covid-19, alerta a subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, coordenadora interina do Giac (Gabinete Integrado de Acompanhamento da Epidemia Covid-19).
Segundo Lindôra Araújo, a decisão da Justiça de impedir que os fura-filas fiquem sem a segunda dose não faz sentido do ponto de vista epidemiológico e científico porque, sem a aplicação da segunda dose no prazo correto, a primeira terá sido desperdiçada.
A juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, da 1ª Vara da Justiça Federal no Amazonas, decidiu, em caráter liminar em ação civil pública, que quem recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 furando a fila de prioridades, não terá direito a tomar a segunda dose na data estipulada, somente quando for a vacinação para grupos não prioritários.
Para Lindôra Araújo, o Ministério Público deve atuar para evitar esse tipo de desperdício, mas sem deixar de punir, de forma severa, cível e criminalmente, os agentes públicos e cidadãos que furaram a fila.
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Até o momento, o número de pessoas que receberam a vacina sem ter direito, tanto no Amazonas quanto no restante do país, é desconhecido. A subprocuradora-geral destaca que é dever do Ministério Público atuar para coibir essa prática, identificando e punindo os responsáveis.
O Giac foi criado pelo procurador-geral da República Augusto Aras em março de 2020, no início da pandemia, para promover a articulação entre o Ministério Público brasileiro e autoridades em todos os níveis de governo.