
Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – Os policiais e bombeiros militares do Amazonas estão há três meses sem receber reajuste salarial devido ao impasse sobre o veto do governador Amazonino Mendes (PDT) à emenda parlamentar que antecipou índices de aumento. Agendada para esta quarta-feira, 27, a votação foi novamente adiada. O presidente da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), David Almeida, alegou a impossibilidade em função do jogo do Brasil contra a Sérvia pela Copa do Mundo. Almeida havia afirmado, nessa terça-feira, 26, que a partida não era desculpa para suspender a sessão plenária desta quarta. O placar eletrônico da plenária marcou a presença de 23 deputado. A única falta foi de Ricardo Nicolau (PSD), aliado do governo.
David Almeida disse que a votação será na próxima semana, mas sem uma data definida. “Depois do jogo de hoje, vamos ver qual o outro dia que o Brasil vai jogar. A partir daí iremos verificar uma data. Provavelmente, iremos ver uma data na quarta ou quinta-feira”, disse.
Almeida também alegou um tempo maior para votação a fim de permitir a presença dos secretários de Fazenda e de Administração para explicarem as condições financeiras do Estado. “A matéria está apta para votar com tranquilidade. Outra coisa: alguém me perguntou se trancaria a pauta por conta do pedido de tempo do veto na ALE, mas não tem 30 dias tramitando o veto, tirando qualquer prejuízo”, afirmou.
O líder do governo na ALE, Dermilson Chagas (PR), disse que David Almeida retirou da pauta de votação por entender que a oposição iria perder mais uma vez. “É menos um mês que a PM vai deixar de receber por causa disso. O governo deu mais de cinco mil promoções, tíquete alimentação, auxílio moradia e propôs a reposição de 24% parcelada em três vezes: 4,8% seriam agora em abril, 10,8% em 2019 e 9,27% em 2020, as duas também no mês de abril. Tudo isso negociado com os representantes da categoria”, disse. “Caso os deputados que se julgam oposição não criarem um novo problema, vamos votar e aprovar com regime de urgência por causa do processo eleitoral que proíbe votar propostas desse tipo”, afirmou.
Conforme o deputado, a votação do veto virou palco para as eleições gerais deste ano. Dermilson Chagas explicou que os deputados de oposição querem trazer algo do futuro para o presente, para fazer negociação.
A deputada Alessandra Campelo (MDB) disse que a partir do dia 7 de julho o governador não poderá conceder qualquer reajuste devido à restrição da lei eleitoral. “A preocupação maior é essa, pois nós já poderíamos ter votado. Se o governo for mandar uma nova matéria, não termos tempo hábil se dor votado na data limite”, disse Campelo.