Depois de 12 anos de fabricação, o lulopetismo, rico em incompetência e pobre em moralidade, deixou as instituições em frangalhos, a economia na UTI e a mais profunda crise moral e ética da nossa história.
No campo político, por exemplo, transborda o envolvimento de muitos nas mais diversas falcatruas. Pela permanência no poder, valem-se de todas as armas, inclusive as que não guardam compromissos com os princípios da moral e da ética. O que, aliás, não é novidade.
Inflação, desemprego e crescimento negativo dominam a economia. Mas a presidente atribui a culpa ao mundo e à oposição. É um complô do mundo que cresce com a oposição que falece para derrubar o governo. É acreditar que aqui vivem imbecis, tolerantes à mentira e ao cinismo, atributos que junto com a incompetência construíram a crise.
As atrocidades da política econômica provocaram o desequilíbrio fiscal. E agora, para o país crescer precisa ajustar. E o governo acredita que resolve metendo a mão no bolso do contribuinte. A visão atrasada do curto prazo não permite enxergar que essa alternativa está esgotada.
É como fazer viaduto. Empurra-se o congestionamento mais pra frente, onde em pouco tempo se exigirá a construção de outro. Sem contar que tem como efeito colateral o aumento da carga tributária, que barra o crescimento e piora a competitividade, principal problema brasileiro no mundo globalizado.
A saída já foi experimentada nos anos 1990, quando reformas e privatizações se realizaram, com o fim de reduzir o tamanho do Estado e ganhar competitividade.
Em 2003, porém, veio a era lulopetista e a direção mudou. Aparelhar o Estado e suspender reformas e privatizações foi a nova ordem. Tudo dentro da equivocada percepção comunista de que o Estado pode tudo.
Para manter-se no poder promoveu a gastança desordenada, que junto com o crescimento astronômico da dívida e altos juros, são os responsáveis pelo monumental desequilíbrio fiscal, que nos convocam para resolver.
Junte-se a isso o extraordinário desvio dos recursos públicos e se completa a receita do desastre político-econômico, que pode representar um retrocesso de pelo menos uma década na economia brasileira.
A situação é precária. Só resta ao País cair na real. Não há dinheiro para sustentar a sua paquidérmica, cara e ineficiente estrutura.
O mundo globalizado atua com dinâmicas velozes e contraditórias. O que vale hoje pode caducar amanhã, situação que não admite convivência e nem conivência com ideologias atrasadas, estruturas pesadas, educação desprezada, carga tributária elevada, eficiência emperrada e planejamento de fachada.
O momento é questionar para mudar. Quanto custa a estrutura atual Brasil afora? O executivo nas três esferas da Federação é de uma ineficiência brutal. Pense em tudo que você conhece de estrutura emperrada com gigantesco desperdício e multiplique pelos 27 Estados, 5.560 Prefeituras e a União. É muito dinheiro e pífios resultados.
No Congresso Nacional, como tem mostrado a imprensa, estão os legisladores mais caros do planeta e, em grande quantidade, os funcionários mais bem pagos da Nação, além de inusitadas mordomias e desperdícios aos montes. Outra montanha de dinheiro para resultados em montinhos.
Essa estrutura é o espelho no qual se miram 27 Assembleias Legislativas e 5560 Câmaras Municipais. São mais ou menos 150 mil legisladores, que dão origem a uma fantástica estrutura de apoio que nos custam alguns bilhões de reais em troca de resultados duvidosos.
Na democracia o Legislativo é um pilar importante. Se cumprisse bem a função de fiscalizar, asseguraria a aplicação salutar dos recursos, mas…
Nos planos nacional e estadual, a oposição é pequena e na maioria dos municípios ela sequer existe. A grande maioria de parlamentares se alia com quem tem as chaves do cofre, os executivos, de onde vai contribuir, com inusitada criatividade, para formação de riqueza pessoal, com os recursos que deveria proteger.
A estrutura, contaminada pela corrupção e pelo desperdício, está podre. E só os vermes mais desqualificados podem sustentar-se nessa podridão. Aumentar impostos é alimentar a podridão.
É preciso romper com essa estrutura podre e perdulária. Acabar com todas as “Bras” da vida e demais penduricalhos é uma exigência. Deixar o Estado apenas com as atividades básicas e reguladoras uma obrigação.
Fundir municípios e cortar drasticamente os cargos eletivos é outra necessidade. Por que 513 deputados federais? Não poderiam ser 300, por exemplo? Por que 150 mil cargos eletivos (aproximadamente)? Cortar a metade traria algum prejuízo? Ou seria ganho?
Isto fere o princípio da representatividade dirão alguns. Não tem problema. Que se resguarde o princípio e cortem-se 50% da verba atual.
Crise em chinês é representada por dois ideogramas. Um significa perigo e o outro oportunidade. A situação brasileira é perigosa, mas talvez estejamos diante de uma oportunidade extraordinária para mudar.
Bravos e abnegados juízes que honram a toga que vestem, juntamente com a Polícia Federal e o Ministério Público, mesmo contra poderosos interesses, estão abrindo túneis e nos fazendo acreditar que será possível enxergar no fim deles a luz da moralidade. Nos juntemos a eles e talvez possamos ajudá-los a construir mais túneis que nos permitam enxergar um futuro mais digno para esta grande Nação.
Francisco R. Cruz
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