Por Jullie Pereira, da Redação
MANAUS – O governador do Amazonas, Wilson Lima, e o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, se opõem em relação ao atendimento médico às vítimas de Covid-19 em Manaus. Lima disse que a atenção básica de saúde diminuiu a ocorrência de mortes no interior do estado, conforme identificado pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) diferente do que aconteceu em Manaus. Virgílio Neto rebateu.
“O governador não é nada. Ele é um fato lamentável. Ele mesmo uma vez me disse que caiu de paraquedas, então na qualidade de paraquedista, ele não tem a menor autoridade moral para criticar quem quer que seja e muito menos para inventar”, disse Arthur Neto, em entrevista coletiva na quinta-feira, 15.
Arthur disse que os dados sobre a incidência da doença e mortes na capital divulgados pelo governo estão equivocados.
“A prefeitura contestou os números do estado e aqui eu quero repudiar veementemente essa fala porque isso despreza, ignora o trabalho de todos os profissionais da área da saúde, não só do governo do estado, mas das prefeituras do interior, da Prefeitura de Manaus. Os números que colocamos no boletim são repassados pela Secretaria Municipal de Manaus. Não vou permitir que esse tipo de insinuação seja feita aos profissionais”, disse Wilson Lima, em entrevista na quarta-feira, 14.
Segundo Lima, existe um déficit na atenção básica no município de Manaus e isso se refletiu durante a pandemia, gerando alta demanda na rede estadual de saúde. O governador pediu ajuda do prefeito para melhorar o atendimento na rede municipal, informando que o estado cedeu R$ 50 milhões à prefeitura, mas não viu resultado.
“Quero fazer uma pelo para que a gente continue avançando eu preciso do apoio da Prefeitura de Manaus, se eu não tiver o apoio da Prefeitura de Manaus, que faz a assistência básica, eu vou receber um paciente em situação agravada. A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) esteve aqui e comprovou que o motivo pelo qual tivemos uma letalidade menor no interior foi resultado da atenção básica nos municípios, diferente do que aconteceu em Manaus”, disse.
O prefeito se mostrou ressentido com o governador e disse que criou a expectativa de ter uma parceria com Lima, mas não foi possível. “Eu senti muita falta de um parceiro, pensei que ele pudesse ser um parceiro, ao contrário, é uma pessoa que os chefes dele puxam ele pra um lado, puxam para o outro”, disse.
A última vez em que os dois foram vistos juntos foi na última quarta-feira, 14, em solenidade pelos 70 anos do TCE (Tribunal de Contas do Estado).