Da Redação
MANAUS – A partir do dia 7 de dezembro, o consumidor no Amazonas vai arcar com mais uma despesa, dessa vez de até R$ 20, do custo de emissão do boleto bancário. A cobrança vale para boletos físicos e online e integra a nova plataforma de pagamentos da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) que pretende criar boletos registrados.
O CRA (Conselho Regional de Administração) é contra e promoveu, na manhã desta quarta-feira, 20, na Praça do Congresso, no Centro de Manaus, uma manifestação para alertar sobre a cobrança. O ato foi batizado de ‘Raposão’, em referência à mascote, uma raposa, que simboliza os banqueiros. “De taxa em taxa, os banqueiros enriquecem às custas da população”, disse o presidente do CFA (Conselho Federal de Administração), Wagner Siqueira.
“A população vai bancar, mais uma vez, a receita dos bancos a cada boleto registrado. A população vai ser penalizada entre R$ 10 a R$ 20 por cada emissão de boleto, sem nenhuma melhoria na qualidade do serviço, somente para o banco ter uma receita maior”, disse Siqueira.
De acordo com o presidente do CRA, Inácio Guedes, a Febraban está tentando transferir para o cidadão o custo da alteração. Segundo ele, o cidadão não é obrigado a pagar uma conta adicional por uma possível facilitação do serviço. “Eles afirmam que querem facilitar o serviço, disponibilizando o pagamento de boletos vencidos ou não vencidos em qualquer agência, banco ou loteria, através do boleto registrado. Mas não pode existir mais uma taxa. Isso eleva até o custo Brasil. De cada boleto se paga R$ 10, sendo que são emitidos 3,6 milhões de boletos por ano no País, que vai chegar a um valor de R$ 36 bilhões por ano pagos a Febraban”, disse Guedes.
A Febraban informou que a nova plataforma de cobrança é um projeto desenvolvido ao longo de três anos em parceria com a rede bancária, com o objetivo de garantir maior segurança e comodidade aos consumidores ao emitir e pagar boletos bancários. “É um aperfeiçoamento do sistema antigo, existente há mais de 20 anos”, justificou a entidade.
Segundo a instituição, os valores referentes à emissão de boletos são negociados bilateralmente entre empresa (banco) e cliente (empresa emissora do boleto). “Houve recentemente uma reunião entre o CFA e a Febraban na qual acordou-se que o Conselho enviaria diretamente aos bancos, individualmente, alguns exemplos e casos nos quais poderia gerar valores diferenciados. Cada banco, individualmente procuraria os conselhos regionais de administração para esclarecer as questões”, informou a Febraban.