Por Ana Luiza Tieghi, da Folhapress
SÃO PAULO-SP – O WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo, na sigla em inglês), entidade que representa o setor de turismo globalmente, divulgou uma carta nesta terça, 17, pedindo medidas urgentes dos governos de todos os países para ajudar a garantir a sobrevivência das empresas diante da crise causada pela Covid-19.
Segundo a entidade, essas medidas não precisam vir em algumas semanas ou nos próximos dias, mas imediatamente. “Qualquer atraso vai custar milhões de empregos e um dano mundial quase incalculável”, afirma a carta.
O WTTC estima que 50 milhões de postos de trabalho estão em risco por causa das consequências do novo coronavírus. “Para ser mais preciso, o setor de viagens e turismo está lutando por sua sobrevivência”, afirma a carta. De acordo com a entidade, o setor de viagens e turismo contribui com cerca de 10,4% do PIB mundial e gera 320 milhões de empregos, 1 a cada 5 no mundo.
As medidas que a entidade propõe são ajuda financeira para os trabalhadores do setor e empréstimos sem juros para as empresas de turismo, assim como para outras companhias pequenas e médias, como um estímulo para evitar o colapso dos negócios. Também pedem isenção de impostos para empresas de viagens por pelo menos 12 meses.
No domingo, 15, entidades brasileiras de viagens e turismo também enviaram uma carta ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, com medidas emergenciais para ajudar os negócios do setor. Entre as demandas estão a disponibilização de linhas de crédito especiais para empresas de turismo, um decreto para postergar em seis meses a quitação de impostos da folha de pagamento e um parecer favorável do Ministério da Justiça para a remarcação, e não o cancelamento, de viagens já compradas pelos consumidores.
“O setor do turismo já é um dos primeiros a sentir os impactos causados pelo fechamento de fronteiras e o consequente cancelamento de viagens, encontrando-se totalmente paralisado”, afirma a carta.
Segundo as entidades nacionais, neste mês, 85% das viagens de seus associados foram canceladas. “É a maior crise vivenciada pelo setor na era atual, e prevemos um altíssimo índice de falências entre as empresas relacionadas ao turismo, resultando em milhares de pessoas desempregadas e impactos diretos e indiretos no PIB brasileiro”, afirmam.