SÃO PAULO – Estamos em ano das eleições e os ânimos já estão aflorados de ansiedade. Imagina em um ano onde temos eleições e copa do mundo? Levando em consideração que o brasileiro faz questão de aplicar a lógica do futebol à política, não poderia existir casamento mais perfeito. A minha grande preocupação é o número de amigos que vou perder esse ano por causa das eleições. Isso porque a nossa geração não parece muito madura para entrar em uma discussão sem massagear o ego e o orgulho. Sem exceção, não parece que estamos tão politizados quanto julgamos ser. Semana passada sentei em um banquinho charmoso de Pinheiros para tomar um café com amigos que apoiam determinado político cujo discursos não me agradam, eu me posicionei, coloquei em pauta as minhas opiniões e isso foi suficiente para que meus amigos do cafezinho bravejassem palavras rudes e fizesse com que o clima ficasse bem complicado, desnecessário? Sim! Mas como fugir de uma situação dessas? Eu costumo dizer que as únicas pessoas que não têm inimigos são aquelas que não falam, não escutam e não conseguem ver. Quem está em constante movimento está sujeito a desagradar. Isso não quer dizer que está liberado você sair brigando com quem quer que seja por causa de um pseudo interesse pela política atual, isso quer dizer que posicionar-se dá trabalho, custa tempo, custa a paz. Se for preciso perder amigos, perca. Mas não deixe de se posicionar, de defender o que você acredita, desde que isso não vá ferir a liberdade do outro. A paz também está na guerra e travar guerra contra as injustiças, sejam elas quais forem, é uma missão para pessoas corajosas e “perder” também faz parte do crescimento.