Por Iolanda Ventura e Alessandra Taveira, da Redação
MANAUS – O Rio Negro atingiu 29,72 metros nesta segunda-feira, a terceira maior cheia em Manaus. A inundação de ruas no Centro da capital causou impacto maior nos comerciantes que alegam perdas de até metade dos rendimentos mensais.
Polyanne de Souza, vendedora de uma loja de calçados em frente à Praça do Relógio, um dos locais alagados, afirma que o movimento de consumidores caiu muito. “O pessoal tem medo de vir para cá por conta dessa água”, disse. “Caiu (a venda) pela metade do que a gente conseguia vender antigamente”, afirmou.
Plataformas de madeira foram instaladas para o acesso dos pedestres entre a praça e as calçadas. Alguns comerciantes instalaram estruturas por iniciativa própria para conter a água. José Alencar, vendedor em um loja de artigos infantis, disse que foram erguidas barreiras de alvenaria na entrada para proteger as mercadorias.
“Nós temos feitos essas contenções para segurar pelo menos até uma certa altura o nível da água. Mas aí, se continuar subindo assim, não sabemos o que vamos fazer”, disse.
De acordo com a Defesa Civil Municipal, faltam 25 centímetros para que o Rio Negro alcance o mesmo nível da cheia histórica de 2012. Com 29,97 metros, é a maior enchente até o momento. A segunda maior ocorreu em 2009, quando o rio chegou à marca de 29,77 metros.
A previsão do CPRM (Serviço Geológico do Brasil) é que em junho o nível do Rio Negro em Manaus atinja 30 metros, com margem de erro de 29,5 m a 30,5 m, e percentual de 80% de confiança. O Serviço Geológico trabalha com 56% de chance de que a cota de 2012 seja atingida este ano.
No Centro de Manaus, parte da Avenida Eduardo Ribeiro já está sob a água. Trecho da rua Floriano Peixoto, em frente ao Porto de Manaus e Alfândega, também está alagado. No entorno do Mercado Adolpho Lisboa o acesso em trechos de ruas como a Barés só é possível pelas plataformas de madeira. Alguns feirantes da Feira da Avenida Manaus Moderna, atingidos pela água, serão instalados em uma balsa provisoriamente.
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(Colaborou Murilo Rodrigues)