“Percebi que o dinheiro não ia sair e tomei minhas precauções para rearmar e reequilibrar a prefeitura. O fato é que tiveram a chance de ajudar Manaus e eu teria ficado muito grato e teria manifestado essa gratidão de maneira muito clara. Embora meu caminho político pudesse até ter sido diverso, mas teria sido menos impactante minha participação numa eleição se tivessem agido com lealdade comigo. Sabe aquela coisa de ‘quem beija meu filho, minha boca adoça’? Pois eu digo que quem beija Manaus, minha boca adoça”
A frase foi dita pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, a uma emissora de rádio da capital, em entrevista nesta sexta-feira, 23, por ocasião da proximidade do aniversário de 345 anos de Manaus, neste 24 de outubro. Arthur reclamou da falta de parceria com o governo federal e disse que é essencial que haja parceria da prefeitura com o governo do Estado e o governo federal (em véspera de uma disputa eleitoral acirrada ao governo do estado e ao Palácio do Planalto, o reclamo do prefeito tem um cheiro de propaganda eleitoral, mas não é esse o fato a discutir aqui).
A frase grifada na fala de Arthur é enigmática. O que ele quis dizer com “Embora meu caminho político pudesse até ter sido diverso”? A resposta a esta pergunta foi dada pelo senador Eduardo Braga, em uma entrevista à Rádio Amazonas, na última terça-feira. Ao ser questionado como seria a relação dele com o prefeito caso se tornasse governador, Braga afirmou que sempre teve bom relacionamento com Arthur, que a harmonia foi quebrada em 2008, quando Arthur escreveu uma série de artigos acusando o então governador, mas nos últimos meses, andaram conversando. E Braga, então, revelou, que discutiu com o prefeito apoio político, inclusive com a possibilidade de Arthur Bisneto ser candidato a vice-governador na chapa dele.
Sobre o final da frase, em que Arthur diz que não agiram com lealdade com ele, se refere à presidente Dilma Rousseff e ao senador Eduardo Braga. Dilma porque prometeu recursos ao município e até hoje não liberou; e Braga, porque foi procurado diversas vezes por Arthur em Manaus e em Brasília, para facilitar a liberação dos recursos e não o fez.