MANAUS – A imagem do presidente Jair Bolsonaro exibindo uma caixa de cloroquina (ou hodroxicloroquina) a manifestantes, no domingo, 19, é patética. Isolado, ele defende o uso do medicamento para pacientes com Covid-19, contra todas as evidências contrárias aos efeitos da droga no combate ao novo coronavírus.
O comportamento do presidente da República revela uma certa demência. Lembra uma pessoa desequilibrada que age para chamar a atenção daqueles que o contrariam.
Pesquisas no mundo inteiro mostram a ineficácia da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, mas Bolsonaro segue cegamente os impulsos políticos de seu admirável presidente dos EUA, Donald Trump.
Foi nos Estados Unidos que o uso da hidroxicloroquina para tratamento da Covid-19 ganhou força, impulsionado tanto pela televisão (Fox News, principalmente) quanto pelos arroubos de Trump, que no mês passado chegou a afirmar que estava tomando o medicamento preventivamente.
Bolsonaro não chegou a tamanho absurdo, mas aproveitou a Covid-19 (ele teve teste positivo confirmado no dia 7 deste mês) para tomar o medicamento. Neste domingo, diante de um grupo de manifestantes que o apoiam, exibiu uma caixa do remédio.
Não há problema nenhum em o presidente tomar o medicamento. O problema é ele incentivar outras pessoas a ingerirem um remédio para uma doença sem que haja comprovação da eficácia, contrariando as evidências científicas.
De repente, os governantes dos dois maiores países da América decidem ignorar a ciência e apostar no achismo.
Estados Unidos e Brasil vem sendo governados por dementes. Bom seria para os dois países que a hidroxicloroquina também curasse a demência.