2015 já está acabando: este é o último sábado desse ano e você confere as melhores manchetes da Coluna Ciência em Pauta. Gostaria de agradecer por cada compartilhamento, comentário e apoio. Estaremos de volta no próximo sábado, o primeiro de 2016, com uma coluna quentinha cheia de perspectiva para o novo ano. Um abraço e obrigada!
Yara Laiz Souza, autora da Coluna Ciência em Pauta
A primeira imagem em cores de Plutão e sua lua (18 de abril)
Pode parecer uma coisa boba, mas é umas das imagens mais importantes feita pela sonda New Horizons, que está no espaço há 9 anos. Em meados de julho deste ano, a sonda fará um sobrevoo pelo sistema de Plutão, acontecimento muito aguardado pelo mundo científico. A foto, que mostra o anão Plutão e sua lua Caronte foi captada a 15 milhões de quilômetros de distância. Para o site O Globo, o vice-diretor de divisão de ciências da Nasa enfatiza a existência de vários artigos sobre Plutão com observações feitas da Terra. Será a primeira vez que haverá um contato ‘cara-a-cara’ com o planeta-anão.
Chineses modificam embrião humano pela primeira vez (25 de abril)
Os asiáticos atacam novamente: as revistas Nature e Science se recusaram a publicar a pesquisa de um grupo de pesquisadores chineses que conseguiram, pela primeira vez na História, modificar geneticamente um embrião humano. A pesquisa é liderada pelo professor Junjiu Huang, da universidade Sun Yat-sen em Guangzhou, na China, que conseguiu um espaço no jornal Protein & Cell. A pesquisa dividiu cientistas no mundo todo por conta de problemas éticos. Grande parte acha que a manipulação do DNA pode trazer prejuízos sem precedentes nas gerações futuras. “A pesquisa deve servir de aviso a qualquer cientista que pensa que a tecnologia está pronta para tentar erradicar doenças genéticas” disse o biólogo genético George Daley, da Escola de Medicina de Harvard ao site O Globo.
Senado aprova adesão do Brasil ao maior consórcio de astronomia do mundo (16 de maio)
Vitória da Ciência no Brasil: o Plenário do Senado aprovou na quinta-feira (14) a adesão do Brasil ao ESO (European Southern Observatory). Agora, pesquisadores brasileiros terão acesso aos telescópios do consórcio de astronomia e o país será coproprietário do maior telescópio óptico do mundo que será instalado na montanha Cerro Armazones, no Chile, na próxima década. Até 2021, o Brasil terá que pagar 270 milhões de euros pela adesão. Para a construção do maior telescópio óptico, batizado de E-ELT (European Extremely Large Telescope), o país está insento de pagar a cota de contribuição adicional para a construção, segundo o portal do Senado.
Ciência brasileira: ‘dobrinhas’ do cérebro são física pura (4 de julho)
Os cientistas Brasileiros Suzana Herculano-Houzel, neurocientista, e Bruno Mota, físico, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) deram um importante passo para o que parece ser a quebra de um mito: na verdade, as dobras e reentrâncias do cérebro humano são fruto do crescimento e da forma como ele acaba assumindo sua aparência dentro da caixa craniana, ou seja, é fruto da física, segundo o trabalho publicado na revista Science. Antigamente, cientistas achavam que as dobras do cérebro tinham a ver com a capacidade de empacotar neurônios.
Buracos negros podem não destruir informações (29 de agosto)
Na segunda feira (25), Stephen Hawking expôs, durante a Conferência de Radiação Hawking na KTH Royal Intitute of Technology, sua nova ideia sobre buracos negros. Um grande questionamento entre os físicos é sobre o quê acontece com as informações sobre o estado físico das coisas dentro de um buraco negro. Se essa matéria é destruída, viola as leis da mecânica quântica, que diz que as informações nunca podem desaparecer, nem d entro de um buraco negro. Dessa forma, Hawking argumentou que a informação é codificada em um holograma 2D na superfície do horizonte de eventos do buraco negro.
A nova espécie do gênero humano (12 de setembro)
Este rapaz simpático da imagem é um Homo naledi, a nova espécie do gênero humano anunciada por pesquisadores da Universidade de Witwatersrand. Ossos correspondentes a pelo menos 15 espécimes entre jovens e adultos foram encontrados em uma caverna a 50 quilômetros de distância de Joanesburgo, capital da África do Sul. A descoberta do Homo naledi dá mais pistas sobre o desenvolvimento e evolução da raça humana, além de mostrar um pouco mais sobre o comportamento e características dos nossos antepassados. Site da Galileu publicou os seis tópicos mais importantes do achado, e você lê clicando aqui.
O tão esperado anúncio da Nasa (3 de outubro)
Sem mais rodeios: na segunda-feira (28), a Nasa anunciou que encontrou evidências de que há água líquida correndo em Marte nos dias de hoje. Dados foram juntados com a ajuda da sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO), que está no planeta vermelho há quase dez anos, e mostraram a existência de estrias (marcas de água no solo e em rochas) e minerais no planeta. A hipótese da Nasa é de que a água corra por essas estrias durante as estações mais quentes e desapareça nas frias.
Oxigênio em cometa (31 de outubro)
No espaço desde o ano passado, a sonda Rosetta, da Agência Espacial Europeia (ESA) fez um importante achado: moléculas de oxigênio existem no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, seu alvo de estudo. Os resultados expostos essa semana são de dados coletados de setembro de 2014 até março de 2015. O oxigênio é o terceiro elemento mais abundante no universo, mas seu rastreamento é difícil pois rompe-se muito facilmente para ligar-se a outros elementos.
R.I.P. (14 de novembro)
O Rio Doce, palco do desastre acontecido em Mariana, Minas Gerais, está oficialmente morto. Análises laboratoriais mostraram a presença de chumbo, alumínio, ferro, bário, cobre, boro e mercúrio no rio após a lama entrar em contato com a água. Além disso, nove pessoas morreram e pelo menos 18 continuam desaparecidas. “Parece que jogaram a tabela periódica inteira dentro do rio”, disse Luciano Magalhães, diretor de Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Baixo Guando, órgão que fez a análise.
A era pós-antibiótico (22 de novembro)
O uso abusivo de medicamentos antibióticos fez com que bactérias realizassem mutações e tornaram-se mais resistentes a esses medicamentos. Um estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) revela que essa resistência está colocando em risco pacientes tanto em países desenvolvidos como em países não desenvolvidos, principalmente em pacientes afetados por bactérias causadoras de graves infecções. Esse fato está gerando uma verdadeira corrida na medicina, que tenta buscar algumas alternativas.
Yara Laiz Souza, acadêmica de Ciências Biológicas da UEA, manauara. Ex-aluna do IFAM/CMDI, ex-pesquisadora de PIBIC. Escreve sobre ciências para o Amazonas Atual, para a organização Livres Pensadores e para o Núcleo de Pesquisas de Ciências – NUPESC e para o site Ciência e Astronomia.
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