
EDITORIAL
MANAUS – Bastou uma redução no nível dos reservatórios das hidrelétricas para o preço da energia elétrica subir e atingir em cheio o bolso dos brasileiros. Em questão de dias, apareceram as bandeiras amarela, vermelha 1 e vermelha 2, elevando o preço da energia para o consumidor.
Em poucos meses, com a situação crítica dos reservatórios das hidrelétricas, principais geradoras de energia do país, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) criou a bandeira de escassez hídrica, que elevou em R$ 14,20 cada 100 kWh de energia consumidos.
Nos últimos dias de 2021 e nos primeiros de 2022, as chuvas castigaram o Brasil inteiro. Os rios transbordaram. Algumas hidrelétricas foram obrigadas a abrir as comportas de seus reservatórios, por segurança. De repente, não existe mais crise hídrica.
No entanto, no dia 30 de dezembro passado, a Aneel anunciou que a bandeira tarifária de escassez hídrica será mantida pelo menos até abril deste ano.
Para os consumidores que pagam a tarifa social, a mesma Aneel anunciou que será cobrada, a partir deste mês de janeiro a bandeira tarifária verde, que não permite cobrança extra na energia consumida.
Mas para a maioria dos consumidores, aqueles que consomem numa faixa acima de 220 kWh por mês, continua valendo a bandeira mais cara, a de escassez hídrica.
Explicação para manter a tarifa por mais quatro meses nessa bandeira não foi apresentado pela Aneel.
Mas como todos os serviços públicos e privados no Brasil, só quem pode perder é o consumidor. Os produtores e distribuidores de energia elétrica não podem sofrer qualquer tipo de perda.
Por isso, a qualquer sinal de que poderá haver perda, aumenta-se a carga para o consumidor. Mas não ocorre o mesmo quando a situação se normaliza, ou quando o que era crítico se torna menos crítico.