
Do ATUAL
MANAUS — No Amazonas, 92.411 pessoas são afetadas diretamente pela cheia dos rios, o que equivale a 23 mil famílias, segundo o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos e Ambientais. Os dados foram divulgados neste domingo (20).
Um dos principais problemas causados pela subida dos rios é a perda na produção de alimentos. Em Benjamin Constant (distante 1.526 quilômetros de Manaus), no Alto Solimões, 600 famílias estão com lavouras debaixo d’água, segundo a Secretaria de Agricultura do município.
“O que conseguimos tirar, nós já estamos torrando e o que está dentro d’água, a gente vai ver se salva para a galinha, para o porco e o resto vai ficando no fundo [na água],” disse a agricultora Tilza Fabá, em entrevista à Rede Amazônica, ao falar sobre a produção de mandioca à TV Amazonas.
Outros agricultores também relatam perdas de maracujá, banana, macaxeira e hortaliças. A Secretaria de Agricultura de Benjamin Constant informou que atualmente 18 comunidades ribeirinhas estão sendo impactadas pela enchente, com prejuízos para os produtores.
Além da perda na produção, as cheias também afetam as casas dos moradores que vivem às margens dos rios. Muitos ribeirinhos estão deixando as casas e buscando abrigo em locais mais altos ou em áreas seguras da cidade.
“A alagação parece que está maior que ano retrasado, só sei que nós estamos procurando meios para poder nos mudar lá para Benjamin, para ter a firme”, contou um morador que teve a casa invadida pela água.
Segundo o boletim da Defesa Civil, as nove calhas dos rios do Amazonas estão em processo de cheia, com picos de elevação variando conforme a região. O fenômeno vai de março até julho deste ano. A cidade é uma das nove que já decretaram situação de emergência. Outras 17 estão em alerta e 36 em atenção.
Estão em situação de emergência os municípios de Humaitá, Apuí, Manicoré, Boca do Acre, Guajará, Ipixuna, Novo Aripuanã, Benjamin Constant e Borba. A Defesa Civil segue com ações de monitoramento e envio de ajuda humanitária.
