Da Redação
MANAUS – Vereadores da CMM (Câmara Municipal de Manaus) derrubaram, na manhã desta segunda-feira, 7, requerimento apresentado pelo vereador Chico Preto para pedir informações da Casa Militar sobre o carro Toyota Corolla e os servidores públicos Elizeu da Paz de Souza e Walter Nascimento por possível envolvimento na morte do engenheiro Flávio Rodrigues dos Santos, 42. Parlamentares da base do prefeito chamaram o requerimento de Chico Preto de “trampolim, algo vil e abjeto”.
Chico Preto solicitava as exatas funções desempenhadas pelos dois servidores e o itinerário do veículo no último final de semana de setembro. Segundo o vereador, o requerimento “indaga tão somente o uso da estrutura da prefeitura” no episódio envolvendo a morte do engenheiro Flávio. “Não posso fingir que isso está acontecendo. Não vou politizar o assunto, mas ele está diante da gente. Há uma cobrança para esse poder. De forma serena e responsável, eu apresento esse requerimento”, afirmou Chico Preto.
O vereador recebeu apoio do colegada William Abreu (PMN), que apontou suposto crime de improbidade administrativa pelo prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB). “Acho que é o papel dessa casa sim. Improbidade administrativa só quem não quer visualizar. A gente está sendo cobrado. As pessoas estão perguntando e essa casa precisa se pronunciar”, disse o vereador.
O vereador Gilvandro Mota (PTC) fez duras críticas ao vereador Chico Preto afirmando que o colega estava querendo “tirar proveito da dor, da perda, da morte de alguém”. Mota chamou o requerimento de “algo abjeto”. “Penso que temos que ter responsabilidade. Estamos falando em apurar e buscar a verdade em qualquer custo. É verdade que havia uma viatura da Casa Militar, mas saibam que existe uma legislação que garante ao chefe do Executivo o direito à segurança sua e de sua família. Isso é vil. É de alguém que não tem responsabilidade e não cumpre o regimento. É tirar proveito da morte de alguém”, disse Mota.
O vereador Raulzinho (DEM) afirmou que as informações do requerimento devem ser solicitadas pela Polícia Civil e não pela CMM, e que em respeito às famílias dos envolvidos o requerimento deveria ser retirado pelo vereador Chico Preto. “Essas informações quem tem que pedir é a Polícia. É a justiça que tem que tratar disso. A gente não tem que trazer isso para a Câmara Municipal de Manaus. Usar pra bater e fazer política. Usar como trampolim”, afirmou.
Para o vereador André Luiz (PTC), o requerimento quer “passar por cima da Justiça” e que a CMM não pode se precipitar. “Tudo o que ele (Chico Preto) está fazendo agora, no meu ver, está passando por cima da Justiça. A primeira coisa a ser feita é aguardar o resultado do que realmente aconteceu. Se existe uma Justiça, se está sendo investigado, eu tenho que aguardar os fatos”, disse André Luiz.