Por Felipe Campinas, do ATUAL
MANAUS – Candidatos do Pros a deputado estadual e federal pediram, nesta quinta-feira (15), uma investigação sobre a transferência de R$ 3 milhões do fundo eleitoral do partido para a campanha de Adriana Mendonça, filiada à mesma sigla, que teve a candidatura indeferida pelo TRE-AM (Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas) na última terça-feira (13).
Os candidatos consideram a transação suspeita porque Adriana, que é ex-mulher do candidato a governador Henrique Oliveira, foi incluída em uma ata do Pros elaborada pelo presidente do Pros, Edward Malta, no dia 11 de agosto, ou seja, fora do prazo previsto na legislação eleitoral. Malta é o vice de Henrique na coligação “Amazonas Pode Mais”, formada pelo Podemos e Pros.
O nome de Adriana não consta na ata da convenção do partido realizada no dia 4 de agosto, sob presidência de Malta, e nem na segunda convenção promovida no dia seguinte por Osvaldo Cardoso Neto. Mesmo assim, ela foi apresentada pelo partido como candidata a deputada federal – registo posteriormente indeferido – e recebeu o recurso milionário para a campanha.
Na terça-feira, ao rejeitar a candidatura de Adriana, a desembargadora Carla Reis sustentou que a mulher não foi escolhida em “convenção partidária válida”. Além disso, considerou que ela está inelegível porque, em 2016, doou R$ 9 mil ao então candidato Reizo Castelo Branco, valor que ultrapassou o percentual de 10% dos rendimentos dela informados no ano anterior.
Em entrevista ao ATUAL, André Melo, candidato a deputado estadual, afirmou que mesmo sem ter o registro de candidatura aprovado, Adriana recebeu R$ 3 milhões do fundo eleitoral e já contratou R$ 1,5 milhão em serviços de publicidade, conforme dados do Divulgacand, um site do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que mostra os recursos recebidos e gastos pelos candidatos.
Adriana direcionou R$ 750 mil para a Digital Comunicação por serviços descritos como “serviços diversos conforme nota fiscal”, R$ 503,2 mil para a X Press Serviços de Comunicação por materiais impressos (santinhos, praguinhas e adesivos) e R$ 250 mil para a 7 Comunicação e Serviços Empresariais por produção de programa eleitoral.
“Essa senhora, Adriana Mendonça, recebeu do fundo, mesmo sem ter registro de candidatura, R$ 3 milhões do dinheiro do povo. Então, estamos aqui para denunciar isso à Corte. É inaceitável que o seu dinheiro seja usado de forma escusa, ‘draculesca’ e ‘transilvânica’. Uma única pessoa recebe R$ 3 milhões de fundo sem ter registro de candidatura”, disse André Melo.
“Pedimos ao pleno do TRE e ao Ministério Público a devolução desse dinheiro, que é do povo, que foi gasto de forma suspeita. A mulher não tem candidatura, está indeferida pelo Tribunal, pelo pleno do TRE. Não é justo que o seu dinheiro seja usado para campanhas que não existem, para campanhas fantasmas, inexistentes”, completou André.
O candidato e outros colegas de partido afirmam que irão pedir ao Ministério Público e à Polícia Federal uma investigação sobre o caso. “Vamos acionar o Ministério Público e a Polícia Federal para que seja investigada imediatamente essa transferência suspeita de R$ 3 milhões do dinheiro público, do seu dinheiro, que paga impostos caríssimos”, disse André.
“Não estamos fazendo acusação a ninguém, mas não podemos fazer vista grossa a uma transação utilizando o dinheiro público de forma ‘draculesca’ e suspeita, do jeito que está sendo. Vamos à Polícia Federal, ao Ministério Público, vamos ao TSE, não importa onde tenhamos que ir. Onde tivermos que ir, nós vamos, para que essa grana seja devolvida ao povo”, completou André.
André e outros candidatos do Pros afirmam que não receberam dinheiro do fundo eleitoral e estão bancando a campanha com dinheiro próprio. “Nós não recebemos um real do dinheiro do povo, ao contrário dessa senhora. Não recebemos nem sequer um santinho para distribuir. Todo material que nós conseguimos produzir até agora foi dinheiro do próprio bolso”, disse André.
Candidaturas
O TRE-AM iniciou nesta quinta-feira a análise do Drap (Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários) do Pros em que André e os demais candidatos estão incluídos. O MPE deu parecer contra a aprovação do documento, três desembargadores votaram pelo deferimento do Drap, mas julgamento foi adiado após pedido de vista do desembargador eleitoral Kon Tsih Wang.
Os candidatos acompanharam o julgamento do Drap no TRE. Antes da sessão, André afirmou que eles não podem ser prejudicados pela briga entre Edward Malta e Osvaldo Cardoso Neto. “Nós não aceitamos pagar pela briga de ego, pela briga de ganância, pela briga pessoal que se tornou entre Edward Malta e Osvaldo Cardoso, com o indeferimento da nossa candidatura, disse André.
“Estamos aqui para pedir humildemente à Corte do TRE, aos desembargadores responsáveis, que nos deixem concorrer. Nós não estamos querendo concorrer para meter a mão no dinheiro público. Nós não estamos querendo concorrer para ser corruptos e mais um na Casa Legislativa. Ao contrário, temos trabalho sólido na cidade de Manaus, no Amazonas”, completou André.
Esse Osvaldo Cardoso Neto alugou meu apartamento em Brasília no final do ano e entregou ele destruído!!’ Isso me diz muito sobre o tipo de pessoa que ele é!!!