Por Lúcio Pinheiro, da Redação
MANAUS – A Câmara Municipal de Coari (a 363 quilômetros de Manaus) afastou e abriu processo de cassação contra os três vereadores que fazem oposição à administração do prefeito Adail Pinheiro Filho (PP). A decisão foi tomada em sessão realizada na terça-feira, 20. O parlamento da cidade tem 15 vereadores. Onze aprovaram o afastamento, um faltou, e os alvos da investigação não votaram.
Segundo a decisão, assinada pelo presidente da Câmara Keitton Pinheiro Batista, Samuel Pereira (PSL), Ademoque Rebouças Filho (PSDC) e Ewerton Medeiros (DEM) estariam prometendo vantagens indevidas a servidores públicos em troca de informações que pudessem utilizar contra Adail. De acordo com o documento, o objetivo da oposição é afastar dos cargos o prefeito e a vice, Mayara Pinheiro.
Um dos parlamentares acusados, Samuel, é vice-presidente da Câmara. Por estar na linha sucessória, sustenta a base do prefeito, ele teria interesse em tirar o prefeito e a vice dos cargos. Ainda de acordo com a denúncia, as informações que porventura os vereadores obtivessem seriam repassadas a um dos promotores que atuam no município, Weslei Machado.
Nas suas ações mais recentes, Machado pediu a suspensão da festa de Carnaval, orçada em R$ 10 milhões, e o afastamento do prefeito por conta de acordos extrajudiciais com credores da prefeitura. Segundo ele, há ilegalidades nas negociações. O prefeito nega. O promotor é titular da 1ª Promotoria de Justiça de Coari.
“Em face dos vereadores afastados foi iniciado o processo de cassação de seus respectivos mandatos, sobre o cometimento, em tese, do crime de corrupção ativa, improbidade administrativa e quebra de decorro parlamentar”, lê-se em um trecho da decisão assinada por Keitton. O presidente da Câmara é primo do prefeito. Ele não atendeu as chamadas feitas pela reportagem.
Sem pé nem cabeça
Ao ATUAL, por telefone, o vereador Ewerton Medeiros disse que a denúncia é infundada e a decisão da Câmara desrespeita o regimento interno da Casa e a Lei Orgânica do Município. Segundo o parlamentar, ele e os colegas registraram um Boletim de Ocorrência sobre o episódio e vão ingressar com uma ação pedindo para Justiça anular o ato.
“Foi uma decisão arbitrária, sem fundamento nenhum, sem pé nem cabeça. Mesmo se tivéssemos feito isso, é um dever do vereador fiscalizar o Executivo”, disse Ewerton. Nas eleições de 2016, os três vereadores eram aliados de Adail Filho.
De acordo com Ewerton, o ex-aliado não faz um bom governo, por isso eles decidiram fazer oposição, a partir de janeiro deste ano. “O cara [Adail Filho] se acha o dono do município. [Fazemos oposição] Devido às irregularidades que vêm acontecendo no município, a ausência [do prefeito] na cidade. Ele não passa uma semana na cidade. Começou a trabalhar agora, depois que o Ministério Público começou a denunciar”, afirmou o vereador do DEM.
De ofício
Por mensagem, via aplicativo de mensagens instantâneas, Weslei Machado disse que não solicitou nem recebeu nenhuma informação dos vereadores. Segundo o promotor, todas as ações que levou à Justiça contra a Prefeitura de Coari tiveram base em documentos entregues pela própria administração ou disponíveis na Internet.
Machado informou que solicitou ao delegado local a abertura de um inquérito para apurar a possível prática de crimes pelo envolvimento dele no caso.
“O Ministério Público está comprometido no combate aos ilícitos praticados pelos gestores e agentes públicos na condução e uso de recursos públicos, independentemente de quem seja o autor dos fatos”, escreveu o promotor.
ESSE POVO DE COARI PARECE QUE GOSTA DE SOFRER MESMO NÉ!!!
DEPOIS QUE O PAI FEZ O QUE FEZ, O POVO COLOCA NO PODER O FILHO, A FILHA, O PRIMO E O ESCABAU….
É ESSE O BRASIL QUE EU NÃO QUERO.
POVO DE COARI ACORDEM!!!