Candidato disse, ao lançar seu programa de governo, que criticaram o monotrilho, mas não apresentaram alternativa ao modelo para Manaus
MANAUS – O candidato ao Governo do Amazonas pela coligação “Renovação e Experiência”, Eduardo Braga (PMDB), afirmou, na manhã desta sexta-feira (11/07), durante o lançamento do programa de governo da candidatura dele, que vai reavaliar o monotrilho como alternativa para o transporte público de massa em Manaus, e criticou os sucessores dele (Omar Aziz e José Melo) por abandonarem o projeto e não apresentarem alternativa ao modelo. O programa de governo tem como proposta “implantar sistema multimodal de transporte para a cidade de Manaus, com alternativas de mobilidade urbana como monotrilho ou veículo leve sobre trilhos”.
Questionado sobre o monotrilho, que foi criticado, questionado pelo Ministério Público Federal e embargado por decisão judicial, o candidato do PMDB respondeu com uma pergunta, para ele mesmo responder. “Há cinco anos eu saí do governo. Eu saí em 2010. De lá pra cá, criticam o monotrilho e dizem que o monotrilho não é a solução. Alguém apresentou outra solução? Não!”. Braga afirmou que é fácil criticar e não apresentar solução para um problema. “O difícil é você dar uma resposta assim: ‘Olha, o monotrilho não atende a nossa demanda, mas tá aqui a proposta que atende a nossa demanda’. Cinco anos. Disseram que o monotrilho não servia, não fizeram nada, e você consegue andar nas ruas de Manaus?” De acordo com Braga, o dinheiro está no banco, liberado, esperando uma solução para o problema da cidade.
Braga disse que não foi ele quem definiu que o monotrilho era o modal mais adequado para Manaus, mas uma duas maiores empresas de consultoria do mundo: a Deloitte e a PricewaterhouseCoopers. Segundo ele, um estudo técnico das duas corporações apontaram o monotrilho como o melhor custo benefício para o transporte público da cidade de Manaus. “Eu quero, se me derem a oportunidade de chegar ao governo, não ficar empurrando com a barriga e deixar o povo sem andar na cidade. Quero reabrir a discussão, trazer os técnicos, encontrar uma solução e resolver o problema da mobilidade urbana. Se ficar comprovado que a melhor solução é o monotrilho, será o monotrilho. Se ficar confirmado que é o VLT, será o VLT”, disse Braga.
As críticas ao monotrilho não partem apenas do Ministério Público Federal. Na semana passada, ao fazer avaliação do primeiro semestre deste ano, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), que apoia a candidatura à reeleição do governador José Melo (Pros), criticou o modal e disse que ele só serve para parques de diversões como a Disney. Arthur propõe uma ação conjunta do governo do Estado com a Prefeitura de Manaus para a implantação do BRT, um sistema de transporte por ônibus usando corredores exclusivos.
Na proposta original para a Copa do Mundo, que não chegou a sair do papel, a cidade seria dotada de dois sistemas interligados, o monotrilho e o BRT. O primeiro rafia um trajeto de 21 quilômetros, saindo da fronteira da zona norte com a zona leste, e chegando até o Centro Histórico de Manaus, na zona sul. O segundo, sairia da zona leste e também chegaria até o Centro Histórico.
Ponte sobre o solimões
Eduardo Braga também foi questionado sobre a ausência no programa de governo do projeto de construção da ponte sobre o Rio Solimões, que foi incluída no Plano Plurianual do governo federal, em 2013, e disse que ela não está entre as propostas porque é necessário que, antes da ponte, resolva o problema da Rodovia BR-319. “A ponte sobre o Solimões não deixou de estar na nossa perspectiva, mas ela só pode ser feita se a BR319 for resolvida. Não podemos fazer uma ponte sobre o Solimões para ligar Manaus ao Careiro Castanho”. Braga disse que com a BR resolvida, seja como rodovia ou como ferrovia, estará “pronto para fazer o enfrentamento da travessia do Rio Solimões”.
No Plano Plurianual do Governo Dilma, a ponte está orçada em R$ 1,5 bilhão, valor superior ao que foi gasto para a construção da Ponte Rio Negro (R$ 1,1 bilhão).