Da Agência Brasil
BRASÍLIA – O candidato à Presidência da República Guilherme Boulos (PSOL) registrou nesta segunda-feira, 6, sua candidatura no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Boulos foi o primeiro a fazer o pedido para concorrer às eleições de outubro. Sônia Guajajara será candidata a vice.
Ao solicitar o pedido de registro ao TSE, o candidato informou que a coligação Vamos sem Medo de Mudar o Brasil será formada pelo PSOL e o PCB. Na lista de bens declarados à Justiça Eleitoral, o candidato informou que possui patrimônio de R$ 15,4 mil, valor cadastrado como veículo automotor terrestre, caminhão, automóvel, moto. Sônia Guajajara declarou R$ 11 mil depositados em uma poupança.
Guilherme Boulos nasceu na capital paulista, tem 35 anos, é filho de dois médicos e professores da USP (Universidade de São Paulo). É filósofo formado pela FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) da USP, na qual ingressou no ano 2000. Também é psicanalista, professor e escritor.
A vida política de Boulos começou em 1997, aos 15 anos, quando ingressou no movimento estudantil como militante na UJC (União da Juventude Comunista). Depois conheceu o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), do qual é coordenador.
Sônia Guajajara é índia da etnia Guajajara/Tentehar, da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. Filha de pais analfabetos, ela deixou o lugar onde nasceu pela primeira vez aos 15 anos, quando recebeu ajuda da Funai (Fundação Nacional do Índio) para cursar o ensino médio em Minas Gerais. Depois, voltou para o Maranhão, onde se formou em letras e enfermagem e fez pós-graduação em educação especial.
Militante indígena e ambiental, Sônia lutou contra projetos que ameaçavam o meio ambiente, ganhando projeção internacional pela luta travada em nome dos direitos dos índios e voz ativa no Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).
Impugnação
Com a definição dos 13 candidatos à Presidência, as legendas têm agora que registrar seus candidatos à Presidência no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O prazo termina no dia 15 de agosto, às 19h. Em seguida, caberá ao MPE (Ministério Público Eleitoral), a qualquer candidato, a partido político ou coligação a possibilidade de impugnar os registros apresentados à Justiça Eleitoral.
Para tanto, na fundamentação que deve ser enviada ao tribunal, o impugnante deverá apresentar argumentos jurídicos contra o registro da candidatura, como algum impedimento legal previsto na Lei da Ficha Lima que gere inelegibilidade. Caberá a um ministro do TSE analisar os argumentos e decidir se o candidato poderá disputar as eleições.
A propaganda eleitoral por meio de carros de som, comícios e internet estará liberada a partir do dia 16 deste mês. O primeiro turno do pleito será realizado dia 7 de outubro e segundo, no dia 28 do mesmo mês.