Por Ricardo Della Coletta e Danielle Brant, da Folhapress
BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro negou que o líder oposicionista venezuelano Juan Guaidó tenha sofrido uma derrota nos protestos de terça-feira, 30, no país.
“Não tem derrota nenhuma. Eu elogio e reconheço o espírito patriótico e democrático por lutar pela liberdade no seu país”, afirmou nesta quarta-feira, 1º, pouco depois de deixar o ministério da Defesa, em Brasília, onde participou de uma reunião para discutir a evolução da situação no país vizinho.
Bolsonaro disse que há fissuras nas Forças Armadas venezuelanas – até o momento leais ao ditador Nicolás Maduro – e que existe a possibilidade de o regime chavista “ruir”.
“Os informes que nós temos é que existe uma fissura sim, que cada vez se aproxima da cúpula das Forças Armadas. Então existe a possibilidade de o governo [Maduro] ruir pelo fato de alguns da cúpula passarem para o outro lado”, declarou Bolsonaro.
Participaram do encontro com Bolsonaro os ministros Fernando Azevedo e Silva (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores), além dos comandantes das Forças Armadas e do Estado Maior Conjunto.
Bolsonaro voltou a dizer que “é próxima de zero” a possibilidade de o Brasil participar, direta ou indiretamente, de um plano de intervenção na Venezuela. Ele também disse que não há no momento nenhum contato com autoridades norte-americanas sobre o possível uso de território brasileiro como base de uma operação na Venezuela por parte do governo Donald Trump.
“Por enquanto não há nenhum contato sobre isso. Se porventura vier, o que é normal, o presidente reúne o Conselho de Defesa, toma a decisão e participa o Parlamento”, argumentou Bolsonaro.
O presidente afirmou ainda que os 25 militares venezuelanos que pediram asilo na terça à embaixada brasileira não conseguiram chegar ao edifício.
“Os informes que nós temos é que não conseguiram entrar na embaixada. Não conseguiram entrar na embaixada porque, como temos visto por parte da ditadura, existem cordões de isolamento para que não cheguem à embaixada com muita facilidade”, afirmou Bolsonaro.