Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Em cumprimento a um acordo feito com o centrão, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fixará em R$ 4 bilhões o Fundo Eleitoral que vai beneficiar candidatos nas eleições de 2022. O valor dobrado (em relação a 2018) do fundão foi confirmada na manhã desta segunda-feira (26) pelo presidente em conversa com apoiadores.
Na ocasião, um dos apoiadores disse: “Parabéns pelo presidente por vetar os R$ 6 bilhões do fundão”. Após aplausos, Bolsonaro afirmou: “Vou deixar claro uma coisa: vai ser vetado o excesso do que a lei garante. A lei… quase R$ 4 bilhões o Fundo. O extra de R$ 2 bilhões vai ser vetado. Se eu vetar o que está na lei, eu estou incurso em crime de responsabilidade”.
De acordo com o vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PL), o valor de R$ 5,7 bilhões foi definido pela própria base do governo na véspera da votação da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2022 pelo Congresso Nacional. O valor foi incluído no texto do projeto no dia seguinte, na Comissão Mista do Orçamento.
Ramos afirmou que, na votação em plenário, toda a base do governo orientou contra o destaque do partido Novo que visava retirar o fundo. O destaque foi reprovado em votação simbólica, ou seja, sem o registro nominal dos votos de cada parlamentar, e passou a ser usado pelo presidente e os filhos dele para atacar o vice-presidente da Câmara.
Na última terça-feira (20), Ramos anunciou que Bolsonaro estava “armando um acordão” com o centrão para fixar o valor do fundão em R$ 4 bilhões. Após receber ataques de Bolsonaro, o vice-presidente da Câmara chamou as declarações do presidente de “fanfarrice” e que “a verdade sempre aparece”. Nesta segunda-feira, Bolsonaro confirmou o valor.
Aos apoiadores, Bolsonaro também disse que espera não “apanhar” de movimentos de direita, citando as críticas que sofreu em razão da compra de R$ 15 milhões em leite condensado pelo governo federal. O presidente afirmou que as críticas são válidas quando têm fundamentos e citou que apoiadores poderão escolher entre Lula e Ciro Gomes.
“Espero não apanhar do pessoal, como sempre. Se começar a bater muito, vão escolher entre Lula ou Ciro (Gomes). A crítica é válida quando tem fundamento. Não pode simplesmente… É igual leite condensado. Parte da direita bateu tanto em mim que eu falei: pelo amor de Deus, será que eu estou consumindo tanto leite condensado assim?”, disse o presidente.
Nesta segunda-feira, Ramos disse que o “acordão” que ele denunciou na semana passada foi confirmado. “A manobra e o acordão que denunciei na semana passada agora não são mais especulações, são palavras do presidente! Cumpra sua palavra e vete tudo, Bolsonaro! 4 bi de fundo eleitoral é golpe nos seus eleitores que acreditaram que você vetaria!”, escreveu.