
Da Redação
MANAUS – Os repasses de recursos federais ao Amazonas são obrigatórios e os valores divulgados pelo presidente Jair Bolsonaro são distorcidos, diz o deputado estadual Serafim Corrêa (PSD). Bolsonaro anunciou R$ 18,5 bilhões ao estado, mas foram pouco menos de R$ 9 bilhões incluindo transferências obrigatórias para Educação e auxílio emergencial, segundo o deputado.
“O presidente da República, ao invés de coordenar e facilitar as ações, tem comprado briga com os 27 governadores e disparado notícias que são inverídicas”, disse. O deputado diz que o governo federal arrecadou R$ 21 bilhões no Amazonas. “Ele levou R$ 12 bilhões”, disse.
De acordo com dados divulgados pelo parlamentar, nos últimos 19 anos a União arrecadou no estado R$ 148 bilhões e devolveu R$ 38 bilhões. “O Brasil levou R$ 110 bilhões do Amazonas. Essa é a realidade. Nesse sentido, no ensejo que manifesto a minha tristeza pela incoerência do presidente da República, que não está tendo a consciência da grandeza do cargo, faço um apelo para que pare com isso, para que sombreie os governadores e não que brigue com eles”, disse Serafim.
Dezesseis governadores divulgaram uma carta manifestando preocupação com a divulgação de repasses financeiros “distorcidos” aos estados e cobraram R$ 642 bilhões “que cidadãos de cada cidade e cada estado brasileiro pagaram à União em 2020”.
“[…] Os governadores manifestam preocupação em face da utilização do governo federal de instrumento de comunicação oficial, custeados com o dinheiro público, a fim de produzir informações distorcidas, gerar interpretações equivocadas e atacar governos locais”, diz trecho do documento.

O líder do PSB na Assembleia Legislativa do Amazonas disse que o país precisa reforçar o pacto federativo, se unir e que Bolsonaro deve mudar a sua postura diante da pandemia.
“Precisamos reforçar o nosso pacto federativo e não ficar brigando. Ver os melhores caminhos para conseguirmos vacina, porque sem vacina não vamos sair dessa situação. Israel é o país que vacinou quase toda a sua população”, disse.
“Lá que estamos vendo os menores índices de contaminação e de mortes proporcionalmente à população. Faço apelo pela paz. Não que tenha medo da guerra, mas entendo que este é um momento de paz, entendimento, de diálogo. Se ele (Bolsonaro) continuar nesse caminho, vai ter um final triste. Pode até ser reeleito, mas a história será cruel com ele”, ponderou.
